Em junho de 2009 será o aniversário de sessenta anos da primeira publicação de um dos mais importantes livros do último século:
1984, de George Orwell.
George Orwell era o pseudônimo do jornalista inglês (de origem indiana) Eric Blair, que hoje é considerado o mais influente escritor político do século XX. Entre sua imensa obra estão o incrível “A Revolução dos Bichos” (1945), que critico o desenvolvimento soviético pós revolução e a obra-prima que serve de assunto para esse post. “1984” foi escrito em 1948, portanto apenas dois anos antes da morte do autor, por complicações causadas pela tuberculose, e publicado em 1949.
O livro conta de uma maneira magistralmente imersiva como é a vida de um homem comum, nem pobre nem rico, em um regime absurdamente totalitarista. Se passa na decadente Londres de 1984 (que, lembrem-se, era um futuro relativamente distante quando foi escrito). Enquanto o mundo vive em um estado permanete de guerra entre as três mega-nações que restaram (todas as outras foram dominadas), é criado um clima de pressão psicológica e vigília contante sobre os cidadão de forma que os poucos que não amam verdadeiramente seu líder supremo acabam sendo impelidos a adorá-lo. E o nome desse “líder”: Grande Irmão (sim, Big Brother no original). Por todo o “país” cartazes espalhavam a face do Grande Irmão legendada pela frase “O Grande Irmão Zela Por Ti” ou pelos lemas do partido: “Guerra É Paz”, “Liberdade É Escravidão” e “Ignorância É Força”.
A vigilância contante era feita através de um aparelho eletrônico, chamado teletela, que era instalado em quase todas as residências. O gadget tinha a capacidade de enviar e receber dados simultâneamente, exibindo programas de forte cunho ideológico e transmitindo para a Polícia do Pensamento todos os gestos e sons do ambiente. Essa estratégia, na qual ninguém tem como saber se está sendo observado em determinado instante, portanto não faz nada “errado”, lembra bastante os princípios do panoptismo desenvolvidos pelo filósofo Jeremy Bentham em 1791.
"1984" foi publicado no Brasil pela Companhia Editora Nacional,
tem 301 páginas e o preço sugerido é 65,90$.
Cinco estrelas pra história.Três estrelas pra tradução.
