É o Ano da Branca de Neve!

Quem não conhece a Branca de Neve, a princesa branca como a neve, com os cabelos negros como ébano e lábios vermelhos como sangue? Especialmente este ano, em que a personagem dos Irmãos Grimm protagoniza a série americana "Era Uma Vez" e o longa infantil "Espelho, Espelho Meu", inacreditavelmente com Julia Roberts como a rainha má. Agora, após uma longa espera assistindo o trailer por meses, chega aos cinemas Branca de Neve e o Caçador ("Snow White and the Huntsman", EUA, 2012), de Rupert Sanders.

Sexo Animal no Japão dos anos 30

Recentemente resolvi reviver um antigo hábito: ir a locadoras. Perguntei sobre o filme O Império dos Sentidos (Ai no Corrida, Japão / França 1976) indicado por um amigo, e a funcionária achou o DVD na sessão pornográfica. Não, o longa metragem não é pornô, mas sim um clássico drama-cult-erótico com cenas de sexo explícito retratando uma história real. Aliás, para burlar a censura japonesa, o diretor Nagisa Oshima fez uma parceria com os franceses para a edição e distribuição. Até hoje é proibido em seu país de origem.

Tango Francês

O nosso voo Berlin-Dublin foi cancelado e sem previsão de remarcação. Ficaremos parados? Acho melhor não. Já faz um tempo sem aparecer com novidades aqui então resolvi pegar o primeiro trem para Paris e falar de um dos filmes responsáveis por me fazer querer estudar cinema. Este que quebra o tempo, a moral e – talvez – o bom gosto. Por ser tão diferente de tudo, vamos ignorar sinopses e mergulhar nas sinapses. Iniciamos então, o ciclo França. (Eu posso não beber, mas um vinho até cairia bem para começar).

Transformando o singelo em grandioso

 

O cinema japonês, em sua maioria, é muito competente em extrair ao máximo seus recursos por mais escassos que sejam. A sensibilidade e o rigor impresso em cada uma das cenas encantam pessoas que buscam longas mais artísticos e profundos. Mesmo acostumado com esses elementos, as vezes pegamos um filme que surpreende, e foi assim com Pai e Filha (Japão 1949) de Yasujiro Ozu, considerado o diretor mais japonês entre os japoneses.

Papel, Tinta e Sangue

O Corvo ("The Raven", EUA, 2012) se propõe ser mais do que apenas uma homenagem ao escritor Edgar Allan Poe. É um thriller dos mais instigantes, que encanta, prende o espectador e respeita o espirito de Poe: morte, sangue e aquela sensação de que é impossível desgrudar os olhos. Do livro ou da tela.

Busca

De clássico em clássico se constrói uma lenda. Alice Não Mora Mais Aqui (“Alice Doesn’t Live Here Anymore”, 1974, EUA) é para mim o elementar filme de espírito livre de Martin Escorsese e o primeiro e único de sua obra com um personagem principal do sexo feminino.

Ser Mãe é…

Ontem foi dia das mães, e para entrar neste clima trago o filme Kabei Our Mother (Japão 2008), do veterano diretor Yoji Yamada. Fugindo dos clichês com inteligência, além de tratar assuntos políticos, este longa é indicado para aqueles que querem se emocionar com a história de uma mãe que faz tudo para proteger seus filhos.

Dever

E quem falou sobre deuses no céu e esqueceu os da Terra? Quando uma lenda cria outra, temos algo além do conceito de dinastia. Fábulas cinematográficas vão mais a frente do “bom resultado” de trabalho duro e esquemático processo criativo. Elas atingem a nossa memória imagética e logo somos marcados por tais histórias. Afinal, uma corrida neste táxi vale uma longa distância até mesmo com bandeira dois.

A Perfeição do Caos

De uns tempos pra cá tem se tornado cada vez mais frequente ouvirmos falar sobre facções rivais promoverem episódios de extrema violência no Rio de Janeiro. Mas, se vocês acham que a Cidade Maravilhosa é a única que sofre, ou sofreu, com isso...estão muito enganados. No século XIX, a maior cidade do mundo também sofreu com situações muito parecidas. Mas, foi em 2002 que Martin Scorsese trouxe as telonas essa história. Gangues de Nova York ("Gangs of New York" , EUA, 2002) é baseado no livro “As Gangues de Nova York - Uma história Informal do Submundo de Nova York”, publicado em 1928 pelo jornalista Herber Asbury (1890 – 1973).

Jogo, Amor e Verdinhas Amassadas.

Vinte anos após seu primeiro longa, Scorsese já não tinha que provar nada para ninguém. Entretanto, ele fez mais do que isso em A Cor do Dinheiro ("The Color of Money", EUA, 1986). O trabalho recebeu quatro indicações ao Oscar, incluindo a de melhor atuação, arrematada pelo excelente Paul Newman. O longa tem um estilo bem mais mais limpo do que se espera de uma obra ‘scorsesiana’, uma quebra de estilo que custou o apreço de alguns. Nessa lacuna, algo de tremenda classe e delicadeza sustenta o filme, que tem lá grandes méritos.

Máfia à la Scorsese

Em 1990, Martin Scorsese já era Martin Scorsese. Depois de fazer "A Última Tentação de Cristo", "Touro Indomável" e, principalmente, "Taxi Driver", a crítica e o público já estavam apaixonados por esse jovem nascido no Queens e vindo de família italiana. Mas como todo italiano, faltava para ele falar de algo tão italiano quanto espaguete e massa de tomate. Os Bons Companheiros ("The Goodfellas", EUA, 1990) conta a história real de Henry Hill, um garoto que sempre sonhou ser um gângster e que, ao longo de 20 anos, se envolve em golpes cada vez maiores ao lado dos companheiros Jimmy Conway (Robert De Niro) e Tommy DeVito (Joe Pesci).

Batalha Naval

O que esperar de uma fábrica de brinquedos que resolveu se aventurar no mundo cinematográfico com superproduções alienígenas? Depois de três "Transformers" quase épicos, a Hasbro nos traz mais ETs em guerra com a terra em Battleship: A Batalha dos Mares ("Battleship", EUA, 2012). Apesar desse "repeteco temático", o filme traz uma novidade no mínimo curiosa: a estreia da cantora pop Rihanna nas telonas.

Scorscese também é erudito

A Época da Inocência (“The Age of Innocence”, EUA/1993) consegue resgatar certo purismo que a arte perdeu no início do século XX. Existe uma diferença entre fazer um filme de época com uma estética atual e fazer um cinema de época. Sendo que o segundo consegue nos transportar para uma época bem diferente, do Vaudeville e das peças de Ibsen. O deleite nostalgico é somente um dos elementos que nos dominam nesse filme.

O primeiro Avatar de todos.

Antes de Martin Scorscese descobrir Asa Butterfield, ele já havia encontrado o Dalai Lama em Kundun (“Kundun”, EUA/1997). O filme rendeu ao diretor quatro indicações ao oscar além de uma expulsão da China. Polêmicas a parte, o filme é uma boa variedade aos italianos gangters tão presenter na filmografia do diretor. Além de ser um dos primeiros a mostrar essas duas facetas do diretor trabalhando juntas. 

Pirados e Sem Graça

Os Piratas eram os mais temidos marginais dos sete mares entre os séculos XVI e XVIII. Homens extremamente perversos que promoviam saques e pilhagens a todos os navios que cruzassem o seu caminho, principalmente os mercantis. Porém, no filme Piratas Pirados ("The Pirates! Band Of Misfits", EUA, 2012), teremos a chance de conhecer uma tripulação que quando o assunto é ser mal, eles são os priores no ramo. Essa animação tenta ser uma aventura nos moldes da franquia “Piratas do Caribe”, mas não chega nem perto de atingir essa proposta.

"No dia em que eu saí de casa"...

A formação, tanto acadêmica quanto pessoal, é o principal tema do documentário Romance de Formação (Brasil, 2012), dirigido por Julia de Simone. A história de quatro brasileiros que saíram de casa para estudar ganha contornos poéticos nas mãos da diretora, que escolheu planos mais subjetivos, buscando captar não apenas as dificuldades desses estudantes, mas seus sentimentos, profundos e complexos; exatamente como estudar fora de casa.

A Realidade Pelas Lentes de Scorsese

Martin Scorsese também é conhecido pela qualidade de seu trabalho como documentarista. Praticamente um especialista em retratar ídolos do rock, como George Harrison, Bob Dylan e os Rolling Stones, Scorsese provou que um documentário também pode ser um filmaço.

Um Sucesso Infiltrado

Um dos gangsteres mais conhecidos do mundo foi Al Capone. E, apesar de ser condenado a 11 anos de prisão em 1931 (como mostra o filme “O Intocáveis”), ele foi responsável por deixar um legado que se espalhou por várias regiões dos Estados Unidos. Uma delas tem seu centro na cidade Boston, casa de uma das forças polícias mais respeitadas do mundo. E é a partir desse enredo que Martin Scorsese dirigiu um dos maiores sucessos (e tenho duvidas se não é o maior) de sua carreira. Os Infiltrados ("The Departed", EUA, 2006) ganhou quatro Oscars, entre eles o de Melhor Filme e Melhor Diretor para Scorsese.

A pureza da resposta das crianças…

Outro dia ouvi de um idoso: “Quer uma solução simples para seus problemas? Pergunte a uma criança!”. Curioso que menos de uma semana depois escolhi um filme que traduz exatamente esta expressão, sendo o mais novo trabalho de Hirokazu Kore-Eda. O cineasta é talentoso em prender o espectador com temas simples e paradoxalmente profundos. Foi assim com Ninguém Pode Saber e Ainda a Caminhar, e não é diferente com O Desejo de um Milagre (Kiseki, Japão 2012), mais um clássico do diretor.

Pra Rir de Nervoso

Comédia sempre foi considerada uma arte menor e deslavorizada. O mesmo pode ser dito sobre o filme O Rei da Comédia (“The King of Comedy”, EUA/1983). O filme combina humor negro com algo que o Stephen King escreveria. Ainda com um tom muito forte da herança universitária do diretor, goste ou não dele, o filme é uma surpresa.

Luxo e Caos

A essa altura, Scorsese já tinha feito sua obra-prima, "Os Bons Companheiros", que falava sobre a vida de gangsters jovens nas ruas de Nova York. Nela, o diretor mostrou a violência e a fragilidade da vida mafiosa de rua. Em Cassino ("Casino", EUA, 1995), ele sobe o nível social da máfia. Vai para Las Vegas, nos grandes cassinos, e mostra como a história de um mafioso não muda tanto nesse outro âmbito.

Domando Um Touro Brabo

Scorsese é o que se pode definir como um cineasta completo. Diretor e produtor, exímio nas ficções e nos documentários, não é de se espantar que ele tenha também grande sucesso na hora de adaptar biografias. Entre elas está o clássico “Touro Indomável” (Raging Bull - EUA, 1980), que conseguiu dois Oscars, incluindo o de melhor direção. O longa é uma adaptação do livro homônimo que conta a história do ex- pugilista peso-médio Jake LaMotta, conhecido como "o touro do Bronx".

Outro Lado do Cristo

Polêmico e proibido em vários países, A Última Tentação de Cristo ("The Last Temptation of Christ", EUA, 1988), é um filme que merece ser visto fora do contexto religioso e bem longe de uma Bíblia. Ele conta a história de um Jesus (Willian Defoe) humano, que tem medo de assumir sua missão, sente a atração por Maria Madalena (Barbara Hershey) e que, da cruz, imagina como seria sua Vida se não fosse o Messias.

Viagem Sintética

Está entrando em cartaz mais uma superprodução nacional (quase) com cara holywodiana. Dirigido por Marcos Prado (do premiado documentário "Estamira") e produzido por José Padilha (aquele mesmo, dos "Tropa de Elite"), Paraísos Artificiais (Brasil, 2012) chega prometendo ser uma grande filme, mas não consegue realmente cumprir a promessa em todos os aspectos.

Uma Biografia Lenta e Bem-Feita

Pode até ser uma consciência, mas aparentemente os profissionais de Hollywood têm uma pequena “queda” pelos filmes biográficos. São inúmeras as produções baseadas nas histórias verídicas de personalidades que tiveram algum destaque ao redor do globo. E o homenageado deste mês não fica de fora. Em 2004, Martin Scorsese dirigiu O Aviador (The Aviaor, EUA, 2004), vencedor de cinco Oscars e três Globos de Ouro.

Culpa

Aquele que hoje filma em 3D já experimentou de quase tudo. Com um brilhante longa de estreia, ele poderia cair no velho dizer “sorte de principiante”. Mas quase 30 filmes – e também documentários e trabalhos para televisão – depois, Martin Scorsese continua nos brindando com sua primorosa visão de diretor e produtor.