quinta-feira, 10 de maio de 2012

O primeiro Avatar de todos.

Antes de Martin Scorscese descobrir Asa Butterfield, ele já havia encontrado o Dalai Lama em Kundun (“Kundun”, EUA/1997). O filme rendeu ao diretor quatro indicações ao oscar além de uma expulsão da China. Polêmicas a parte, o filme é uma boa variedade aos italianos gangters tão presenter na filmografia do diretor. Além de ser um dos primeiros a mostrar essas duas facetas do diretor trabalhando juntas. 



Kundun era o título dado ao lider do Tibet, O Dalai Lama. O filme acompanha a descoberta do avatar de Buda perto da fronteira com a China passando por seu amadurecimento até seu momento de exílio na Índia. Mesmo para quem não tem paciência para histórias excessivamente políticas o filme consegue não tornar a confusa. Esse é o lado mais comercial do diretor falando.


Em contrapartida, as pretensões mais artísticas do diretor ficam mais afloradas quando observamos a fotografia. Diferente do que se vê em “Taxi Driver”, Scorscese deu luz a uma sensibilidade completamente nova para retratar os monastérios e planices tibetanas. Junte isso com a trilha sonora minimalista do Phillip Glass e você tem altos momentos Koyaanisqatsi. Que fazem você questionar até a sua própria existência.


No final de contas, você tem o melhor de dois mundos. Um filme contemplativo que consegue não ficar chato. A diegese encaixa bem com os sintagmas. Sem falar que a todo momento o filme exala beleza. Até nos momentos mais mórbidos, tudo nele é um ornamento. Um dos momentos mais delicados da história do ocidente é engenhosamente retratado em Kundun, e para qualquer um que se interesse pelo assunto, essa obra é um must see.

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