sexta-feira, 4 de maio de 2012

Viagem Sintética



Está entrando em cartaz mais uma superprodução nacional (quase) com cara holywodiana. Dirigido por Marcos Prado (do premiado documentário "Estamira") e produzido por José Padilha (aquele mesmo, dos "Tropa de Elite"), Paraísos Artificiais (Brasil, 2012) chega prometendo ser uma grande filme, mas não consegue realmente cumprir a promessa em todos os aspectos.

O filme conta (ou tenta contar) o drama vivido por Nando (Luca Bianchi) através do seu envolvimento com drogas sintéticas, mas a previsibilidade do roteiro acaba enfraquecendo um pouco a história, principalmente no que diz respeito ao seu relacionamento com Érika (Nathalia Dill). Através de uma estrutura não linear, acompanhamos as primeiras experiências "artificiais" do rapaz em uma rave no Nordeste, sua viagem criminosa a Amsterdam e sua volta para casa depois da prisão, quando vê que seu irmão mais novo, Lipe (César Cardadeiro), está repetindo seus erros.


Além das falhas estruturais do roteiro, boa parte das atuações são bastante rasas, prejudicando um pouco mais a experiência que o filme poderia causar no espectador, já que aborda uma temática tão pertinente e tão pouco explorada. Na maior parte do filme, temos a impressão de que apenas Nathalia Dill está, de fato, atuando. Fica difícil perceber se isso é resultado de uma falha geral da direção ou de alguns méritos pontuais de Marcos Prado, nos momentos em que todos conseguem mostrar que sabem fazer aquilo.


Apesar desses problemas importantes no conjunto da obra, o filme consegue se salvar pelos aspectos técnicos, que estão impecáveis. A fotografia de Lula Carvalho impressiona  outros pontos, como a montagem e a trilha sonora, também são dignos de elogios. No geral, um filme importante por tocar num ponto crítico, como eu já havia dito, mas que não vai ser tão apreciado pelos mais exigentes.

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