
Aquele que hoje filma em 3D já experimentou de quase tudo. Com um brilhante longa de estreia, ele poderia cair no velho dizer “sorte de principiante”. Mas quase 30 filmes – e também documentários e trabalhos para televisão – depois, Martin Scorsese continua nos brindando com sua primorosa visão de diretor e produtor.
J.R. é um típico ítalo americano de Nova Iorque. Suas próprias crenças são questionas quando ele descobre o segredo de sua namorada. Mesmo tendo a escolhido para casar e viver uma típica vida de família americana, o jovem não consegue encontrar um equilíbrio entre sua fé e seu amor.
Quem Bate À Minha Porta (“Who’s That Knocking At My Door”, 1967, EUA) já se chamou I Call First e é um filme gravado durante anos e machucado por várias mudanças no roteiro. Em 1965, ele era preparado como um curta e falava apenas da vida mundana e sem grandes viradas do personagem principal e seus amigos. A ideia do romance surgiu bem depois, em 1967, quando as duas histórias se juntaram. A estreia mundial do filme aconteceu no Festival de Cinema Internacional de Chicago. Um ano depois, um distribuidor ofereceu comprar o longa com a condição que ele ganhasse cenas de sexo para melhorar sua publicidade. Scorsese então filmou o exigido e só então a película ganhou o nome que tem hoje.
A obra pode não ser a melhor desse mestre do cinema, mas é, com certeza, o exemplo de potencial. Um filme sobre aquela culpa que não nos permite seguir em frente, mas ao mesmo tempo nos tira do lugar comum. Imperdível. O primeiro longa de uma lenda viva.