quarta-feira, 2 de maio de 2012

Meeeu Deus, Que Homem!

Se você é poderosa, linda, segura, madura, bem resolvida e talvez até mãe solteira, seus problemas chegaram ao fim. Apresento-lhe Zack Effron! Ou melhor, Logan Thibault, o herói de “Um Homem de Sorte” (The Lucky One, 2012, EUA). O longa é mais uma adaptação de um dos livros de Nicholas Sparks (Querido John), logo... Já se pode prever o estilo do roteiro até a cena final. Mas o filme dirigido por Scott Hicks se saiu bem melhor do que a adaptação do conto mais famoso do nosso querido autor, sobretudo no início da produção, que chega até a enganar um pouco.


O sortudo Logan (Effron) foi mandado ao Iraque, assim como o querido John. Um belo dia, caminhando com seu batalhão, ele encontra, perdida no chão, a foto de uma linda jovem. Enquanto admira a imagem, seu grupo (que continuou andando) entra em um campo minado e... todos morrem. A partir daí, o fuzileiro naval dedica-se a encontrar a garota que salvou sua vida. Logan só faz o bem, é seguro, forte, olha direto nos olhos, encara qualquer um e, quando tem algum defeito, é no máximo fofo e sofrido. Obviamente a mulher da foto, Beth (Taylor Schilling), iria se apaixonar de cara.


O filme aposta numa fotografia clara e avermelhada, com belas paisagens em um encanto melodramático e onírico. A trilha sonora apenas completa o propósito: apertar o coração das menininhas. Acontece ainda um recorte entre cenas de sexo ardente e ternura sensual na cama. Algo que não faz o mínimo sentido na vida real, mas anima os pobres coraçõezinhos sonhadores. Dá um "que" de amor completo. Destaque para a atuação do pequeno Riley Thomas Stewart, sem dúvida o melhor do elenco. Destaque negativo para o tosco personagem da mãe de Beth. Espiando tudo como se fosse um oráculo, vai do meigo ao irritante rapidamente. Ela age como uma conselheira espirituosa e bondosa, em um papel bossal e caricato de... velha.



Eis que chego ao grande incômodo: Efron. Não que ele vacile ao interpretar o (fácil) papel, mas a escolha do ator foi de uma enorme infelicidade, ainda que seja responsável por atrair ainda mais fãs do gênero. Barbado e muito bonito (não posso negar), ele ainda não perdeu aquela carinha de criança e não se encaixa nem com os conflitos, nem com o elenco do filme. Imagine um delegado com medo da cara de macho de Zack. Agora imagine uma mãe jovem, divorciada, se apaixonando por ele... POR QUE MOTIVO AQUELA MULHER PODE ACREDITAR QUE ESSA CRIANÇA VAI SER UM BOM PAI PARA SEU FILHO? O pior é que, no filme, ele literalmente é o homem perfeito. Efron consegue ter cara de, no máximo, um priminho viril que desestabiliza a vida da mulher semi pedófila. Não... Não deu certo. No único instante em que o ator é mais exigido (ápice do filme), ele dá um show de canastrice. Para coroar, Zack ainda arrisca uns passinhos que o eternizaram em High School Musical.

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