terça-feira, 15 de maio de 2012

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De clássico em clássico se constrói uma lenda. Alice Não Mora Mais Aqui (“Alice Doesn’t Live Here Anymore”, 1974, EUA) é para mim o elementar filme de espírito livre de Martin Escorsese e o primeiro e único de sua obra com um personagem principal do sexo feminino.

Daqueles capazes de nos inspirar apenas por um determinado enquadramento, seu primeiro trabalho de estúdio em Hollywood, traz a história de Alice Hyatt (Ellen Burstyn), uma dona de casa viúva do Sudoeste americano. Após a morte de seu marido, ela decide pegar estrada junto com seu filho Tommy (Alfred Lutter) e seguir seu sonho de ser cantora.

Para criar a condição humana e sonhadora de Alice, Scorsese gastou duas vezes o valor de Quem Bate À Minha Porta somente com a primeira sequência do filme: Uma espécie de homenagem à obra O Mágico de Oz. Embora o filme não possua nenhuma das características temáticas de Martin, ele possui o charme e energia comuns às suas outras obras. Com esse clima lúdico, vamos acompanhando através de sua jornada, nossa heroína se questionar se vale a pena tanto sacrifício para realizar um sonho ou se deve voltar à vida doméstica.

Uma película quase leve para nos fazer questionar o que vale a pena, e nos dar vontade de pegar uma mochila leve, colocar nas costas e reconstruir nossas vidas. Imperdível para quem entende a necessidade de mudar em ordem para sobreviver.
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