
Pode até ser uma consciência, mas aparentemente os profissionais de Hollywood têm uma pequena “queda” pelos filmes biográficos. São inúmeras as produções baseadas nas histórias verídicas de personalidades que tiveram algum destaque ao redor do globo. E o homenageado deste mês não fica de fora. Em 2004, Martin Scorsese dirigiu O Aviador (The Aviaor, EUA, 2004), vencedor de cinco Oscars e três Globos de Ouro.
O longa mostra os prós e contras do excêntrico Howard Hughes (Leonardo Di Caprio), um dos homens mais ricos do mundo entre meados dos anos 20 de 40. Ele conquistou fama ao bater o recorde mundial de velocidade em um avião e por ser dono de uma das maiores empresas aéreas norte-americanas, a TWA. O filme retrata todas as etapas de produção do polêmico e revolucionário “Hell’s Angels”, até a criação do avião “Hércules”. Além suas manias de limpeza, suas opiniões racistas e seus problemas amorosos com algumas atrizes; entre elas estavam Katharine Hepburn (Cate Blanchett) e Ava Gardner (Kate Beckinsale).
De uma maneira elegante e bem sucedida, Scorsese nos faz entender os motivos das paranóias de uma grande personalidade dos século 20. Para isso, ele se utilizou de imagens com altíssima qualidade e de um figurino que evidencia todo o glamour vivido pelos famosos da época (principalmente nas cenas das grandes festas frequentadas por essas pessoas). A responsabilidade de interpretar esse personagem cheio de significados ficou nas mãos de Leonardo Di Caprio (o mesmo de “Titanic” e “O Homem da Máscara de Ferro”). O ator (que atualmente é um dos queridinhos do diretor) foi impecável no papel, o que chegou a rendar uma indicação ao Oscar por sua performance.
Mas, apesar de todos esses pontos positivos, o longa é lento e, muitas vezes, entediante. Não que eu deixe de indicar o filme por isso. Contudo, aconselho que seja visto sem sono, já que, infelizmente, ele pode ser o ponto de partida para um belo cochilo, ou até mesmo um sono bem pesado.