
Steven Sordebergh, diretor do elogiado “Che” e do insosso “Confissões de Uma Garota de Programa”, está de volta, e em dose dupla, no Festival do Rio. Para o deleite de alguns e o desespero de outros, os filmes dele que integram a mostra desse ano são “Che 2 – A Guerrilha” e “O Desinformante!” (The Informant, no original), que é o tema desse post.

O filme conta a história de Mark Whitacre (Matt Damon), funcionário promissor de uma empresa que extrai, produz e comercializa insumos para a indústria alimentícia. Depois de ser pressionado pela esposa, ele decide revelar ao FBI os esquemas de fixação de preços no mercado internacional, o que inicia uma investigação antitruste comandada pelo governo norte-americano. Sem poder voltar atrás em suas declarações, e também por conta de seu transtorno bipolar e de um incrível talento para mentiras, ele acaba se enrolando com suas histórias e, de informante do processo, passa a ser o principal réu.
Com um orçamento razoável, bons atores, diretor conceituado e uma história ao menos curiosa, nos parece que O Desinformante! é diversão garantida. Mas o principal problema é que a suposta comédia arrancou poucas risadas de uma plateia lotada. É inegável a qualidade técnica do filme, mas nem só disso vive um filme. Como já disse o cineasta Pedro Camargo, “se você quer arrasar um diretor, basta elogiar a fotografia, ou a edição, ou a trilha sonora do filme dele”, e esses seriam os únicos elogios a serem feitos nesse caso. Pena que hoje em dia ter um nome famoso nos créditos baste, na maioria dos casos, para que um filme gere lucro, fazendo com que as insanidades de Sordebergh continuem se multiplicando. Mas os próximos vou esperar pra assistir na Globo.
