terça-feira, 3 de novembro de 2009

Os Primeiros

Umberto Eco, em uma de suas grandes obras, O Nome da Rosa, disse que “nós vivemos para os livros”. É claro que no início dessa vida, o apetite pelas palavras ainda é limitado e por isso, é alimentado por outras pessoas, que acabam sugerindo os primeiros passos. Porém, depois dessa fase, quando se começa a tomar gosto pela escolha, o ato da leitura se torna cada vez mais interessante, a imaginação, estimulada, e a vontade de descobrir outros universos através das páginas dos livros acaba por mover a literatura infanto-juvenil para um caminho que busque ao mesmo tempo instigar e saciar esse processo de desenvolvimento.
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O grupo formado por Miguel, Calú, Crânio, Chumbinho e Magrí marcou os jovens das décadas de 80 e 90 na série “os Karas” de Pedro Bandeira. Os adolescentes do colégio Elite desvendavam crimes, tinham reuniões secretas, códigos próprios e se lançavam em aventuras que envolviam crimes, sequestros e mortes que acabavam interferindo em suas vidas. Interessante destacar que todos os 5 livros da coleção sempre buscaram um pano de fundo que se conectasse com um ideal maior ou uma lição para o leitor, sem deixar de aproveitar as habilidades bem marcadas de cada personagem.

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Com uma estrutura  baseada em um mundo fantástico, “Harry Potter” chegou às livrarias no final da década de 90 para iniciar uma grande fase para jovens leitores. Não à toa, a escritora britânica J. K. Rowling se tornou a mulher mais rica na história da literatura dando vida a um universo mágico que acompanhou uma geração por cerca de 10 anos. A evolução da história seguiu amadurecendo junto com seu público, sendo responsável por grande parte do interesse deste por livros em geral.
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Mais ou menos no mesmo período, “A Sétima Torre”, coleção do australiano Garth Nix, surgiu com uma abordagem mais elaborada e tratando noções mais aprofundadas sobre sociedade, com um viés fantasioso e delicado, presente também na série de livros-romance do irlandês Clives Staples Lewis em “As Crônicas de Nárnia”. Com um tom mais engraçado e voltado para as meninas que buscavam seu lado princesa, a norte americana Meg Cabot com “O Diário da Princesa” deu a essa fase “pré-adolescente” um canal de comunicação feminino diferente e divertido.

Reafirmando Eco, a criação literária para esse público só faz introduzir as primeiras páginas da vida. Para quem não se sente à vontade para ler, também é uma grande oportunidade tentar mergulhar nestas histórias que sabem prender a atenção e conquistar pela sua simplicidade.Boas leituras.
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