Mais de cem mil pessoas festejando, numa tarde belíssima de sol, nas areia de Copacabana ilustram perfeitamente as afirmações acima. As concorrentes Chicago, Madri e Tóquio não foram vencidas por só uma cidade, e sim por um continente. Essa era a vez do Rio, tudo indicava para isso, e conforme as eliminatórias foram passando, ficava ainda mais claro – mas em nossa cultura, nada se pode ser comemorada antes do “apito final”. Entre uma gafe e outra peculiar – como confundir Michael Jordan com Michael Jackson –, a candidatura foi esplêndida e toda a equipe responsável pela candidatura merece os aplausos com que o mundo vos saúda.
Quando a eliminatória teve início, após a votação do membros do COI, a apresentadora local explicou: “Não foi uma questão fácil, mas o processo é bastante simples: um membro, um voto”. Votos que retiraram logo de cara uma das favoritas: Chicago, com apenas 18 indicações. Pobre Obama, ainda bem que ele não ficou para a reta final. O Rio já perdia sua maior concorrente. Em seguida foi a vez de Tóquio, menos abatida e mais conformada, a deixar a disputa com 20 votos. Na final, Madri pelo caminho. Seria muito contestada a supremacia européia se a Espanha levasse a melhor. Tudo indicava o êxito brasileiro, a vitória latino americana. E na final, Madri nem foi um adversário à altura: 32 indicações contra 66 para o Rio de Janeiro.
Todos nós esperamos, além de uma nova estrutura compatível com a realidade dos Jogos Olímpicos, que as comemorações de hoje se repitam em 2016, mas nesse imenso intervalo de tempo não se pode pensar em outra coisa a não ser trabalho. “Nós só precisávamos de uma oportunidade para mostrar que temos condições de fazer”. Como disse o presidente, agora é “fazer” acontecer. Tá bom… Não agora exatamente, porque ninguém vai querer sair mais cedo da festa.