“El Cuerno de la Abundancia” ou Cornucópia, de Juan Carlos Tabío, conta a divertida história de um pequeno vilarejo imaginário no interior de Cuba, Yaraguei, onde explode uma notícia de que todos que tiverem Castiñeira como sobrenome receberão uma herança milionária. Depositada por um monge num banco Inglês do século XVIII, a herança faz a vida no povoado se desestabilizar completamente. Todos passam a tomar decisões em suas vidas já contando com o dinheiro que receberão. Mas a história começa a se complicar quando eles descobrem que para receber o dinheiro, além de pagar 50 dólares, eles terão que passar por uma saga para resolver questões burocráticas, e com isso contornar diversos obstáculos.
Cornucópia é um símbolo relacionado à fartura da alimentação e à abundância em geral. Na mitologia grega consta que Almatéia (ninfa do Olimpo) alimentou Zeus com leite de cabra. Em toca desse favor, Zeus ofertou-lhe um chifre desse animal, que tinha o poder de dar à pessoa que o possuísse tudo o que quisesse.
Juan Carlos Tabió co-dirigiu Morango e Chocolate (1993) e Guantanamera (1995) com o grande diretor cubano Tomás Gutíerrez Alea. Para Tabió, Gutiérrez Alea foi fundamental na sua formação, pois ajudou-o a perceber a realidade imediata e a condição do homem não só em Cuba, mas em todo o mundo e, deste modo, transpor estas questões para trabalhos arrojados, onde não há propaganda rasgada do regime. Em sua filmografia mais recente estão presentes os filmes: “Enredando Sombras” (1998), “Lista de Espera” (2000) e “Aunque Estés Lejos” (2003). 
O filme cubano está participando dos Festival do Rio deste ano e é uma boa pedida para quem quer assistir um filme divertido e inteligente. Ele ainda será exibido nos dias 29 e 30 de setembro.
