
Se o que você espera do novo filme de Davis Guggenheim, do popular “Uma Verdade Inconveniente”, é um pouco mais de aquecimento global, nem se dê ao trabalho de ir ver A Todo Volume (“It Might Get Loud”). E se você não gosta de música, nem precisa continuar lendo esse post. O que o filme vai esquentar não é o Planeta, mas sim seus ouvidos.
Só a proposta desse documentário já é incrível: o que será que acontece se unirmos três dos maiores guitarristas da atualidade em uma conversa épica (e, quem sabe, em um show case) sobre seus instrumentos de trabalho? Guggenheim respondeu à essa e a outras perguntas “trancando” Jimmy Page (Led Zeppelin), The Edge (U2) e Jack White (The White Stripes / Raconteurs), e seus brinquedinhos, em um enorme pavilhão. O resultado? Uma verdadeira batalha de talento.
Entre trechos das biografias dos músicos, debates sobre influência e criatividade e algumas músicas que eles tocaram juntos, surgem verdadeiras pérolas sobre o instrumento mais adorado dos roqueiros, e algumas curiosidades impagáveis também. Por exemplo, ainda estou surpreso de saber que Jimmy Page tocou guitarra em Goldfinger, tema de abertura do “007 Contra Goldfinger”, de 1964, cansado por Shirley Bassey e um dos temas de abertura mais famosos entre todos os filmes do espião inglês.
Através da adoção de uma linguagem moderna, e com a ajuda essencial de uma montagem impecável, A Todo Volume se tornou uma das grandes surpresas do Festival do Rio 2009. Um filme pra que gosta de filmes, e, acima de tudo, uma obra-prima para quem gosta de música.
