A primeira impressão é a que fica. E quase sempre está certa. Para quem viu a curiosa figura de Edward Sharpe e pensou que ele poderia ser algum tipo de messias enviado à terra para salvar a humanidade não está tão enganado.
Alex Ebert, líder de uma banda de rock dançante moderninha, estava mal. Havia terminado com a namorada, saído de casa e entrado em uma clínica de reabilitação. Foi quando começou a desenvolver a figura de Edward Sharpe, um messias extraterrestre que viria salvar nossa raça medíocre, mas que acabaria se distraindo com os encantos das mulheres do lado de cá. Edward de fato encontrou a figura de Jade Castrinos – essa um pouco mais real, até onde minhas informações chegaram – com quem formou um grupo de mais dez músicos hippies californianos para rodar o país em um ônibus escolar branco.
Pois é. As informações vêm de lugares distantes, alguns pontos em comum, outros nebulosos, e fica difícil saber o que é verdade. Mas não importam os fatos, sim as versões. Aliás, a música deles é extremamente nesse clima de descompromisso com tudo e com todos.
Edward Sharpe and the Magnetic Zeros parece ser uma unanimidade em provocar um sentimento de euforia. Fica aqui o teste para os leitores, desafio-os a ouvir a banda e não entrar no clima. Para quem tem uma tendência hippie velada, então, o efeito pode ser ainda mais forte.
As músicas são expressivas, sinceras, simples, e é sensacional vê-los ao vivo, vivendo a música de uma forma rara de se ver hoje em dia. Arranjos extremamente interessantes desenvolvidos por uma variedade de músicos e instrumentos que sempre dão mistura boa. Trompete, piano, percussão, violão, baixo, pandeiro, acordeom e provavelmente um monte de coisas que está além da nossa limitada imaginação humana.
Ebert disse que antes se sentia completamente preso e infeliz, refém de uma grande gravadora por anos, e que agora estava completamente livre, fazendo o que realmente gosta. Não tenho dúvidas. Todos deveríamos criar nossos próprios Edward Sharpes e sair pelo mundo excursionando em um ônibus escolar, salvando a humanidade, ou nos perdendo no caminho quando encontrássemos alguém que valesse a pena. Por que não?