Filmes do universo gay masculino tendem a ter uma história clichê e serem excessivamente eróticos. Mas imagina um filme japonês que trata do assunto? Afinal, os orientais têm fama de serem contidos e cheios de "não-me-toques". Boys Love (Japão, 2006) pode sanar esta dúvida.
Taishin Mamiya é um editor de revista vivendo uma vida normal, mas tudo muda quando ele encontra o estudante e modelo Noeru Kisaragi durante uma entrevista. Apesar do comportamento irresponsável e rude de Noeru, Mamiya o convida para jantar no intuito de realizar uma entrevista. Entretanto, antes que perceba, Mamiya deixa-se envolver com Noeru.
Baseado no mangá homônimo de grande sucesso, este longa metragem triunfa justamente por explorar mais o romance e não as relações sexuais dos personagens. É verdade que há cenas do gênero, mas elas não agridem o espectador, sendo necessárias para contribuir com o enredo. O diretor, que curiosamente é hétero, disse que tentou explorar a homossexualidade como algo tão natural quanto a heterossexualidade.
Há um importante terceiro personagem, Chidori, o melhor amigo de infância de Noeru, que é apaixonado de forma contida e doentia por ele. É o clássico exemplo de pessoas que recalcam seus sentimentos durante muitos anos, e em determinado momento acabam "explodindo" como uma panela de pressão, sem saber como conduzir seus atos, ou seja, enlouquecem.
Boys Love é um bom filme. Em alguns momentos pode ser um pouco tedioso, mas no final das contas traz questões interessantes, além de um desfecho inteligente (e trágico). A parte técnica é bem produzida, e os atores são competentes. Enfim, um ótimo romance gay.
