sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Pé Direito




Pessoal, estou aqui para "cobrir o Brasil" nas Olimpíadas de Beijing 2008. Obviamente, darei destaque às modalidades esportivas mais populares em nosso país, até porque um cidadão normal não consegue acompanhar tudo o que acontece por lá, principalmente devido ao horário "non-grato" de exibição para nós. Mas, "trabalhando" e torcendo juntos, estaremos com o Brasil em Pequim.


ESTRÉIA

A primeira partida da seleção olímpica brasileira em Pequim foi sofrível. Desfalcado apenas pelo zagueiro Thiago Silva, contundido no último amistoso disputado, o Brasil venceu a fraca Bélgica pelo placar mínimo de 1 a 0.

Assim como toda estréia exige, o nervosismo estava à flor da pele. Isso ficou evidente com o alto número de faltas cometidas, sendo muitas passíveis de cartões. Logo aos dois minutos de jogo, Hernanes, numa entrada mais forte, recebeu o primeiro cartão amarelo da partida. A equipe belga desferiu seu primeiro chute a gol aos cinco minutos, enquanto a seleção canarinho somente criou uma boa chance numa jogada do lateral direito Rafinha, cruzando para a finalização errada do lateral esquerdo Marcelo. A partida era sonolenta. Fora uma boa oportunidade desperdiçada pela Bélgica aos 26 minutos, num lance em que o goleiro Renan evitou a finalização do atacante dentro da área, o primeiro tempo se arrastou até o fim sem emoções.

Veio o segundo tempo e a seleção de Dunga não teve alteração de jogador, mas teve de postura. Com menos de um minuto, a seleção brasileira teve uma grande oportunidade numa finalização de Alexandre Pato.


Ronaldinho Gaúcho teve uma atuação apagada, aparecendo somente em cobranças de faltas. Quem mais aparecia no decorrer da partida era o árbitro saudita Khalil Al-Ghamdi, numa arbitragem confusa onde cartões amarelos eram distribuídos a todo instante. Dessa maneira, veio a vez do cartão vermelho dar às caras. Num contra-ataque, Diego, ao receber a marcação do zagueiro Kompany, sofreu a falta, levando o árbitro a mostrar o segundo amarelo para o belga, conseqüentemente tirando-o do jogo. Com um a mais, Dunga resolveu mexer no time: Thiago Neves entrou no lugar de Anderson, que não esteve bem, e Jô entrou na vaga de Alexandre Pato.

Com mais espaço em campo, os volantes brasileiros passaram a aparecer mais à frente. E foi assim que saiu o gol, aos 33 minutos. Hernanes recebeu passe de Diego e, dentro da área adversária, ameaçou um chute com a perna direita, deslocando o marcador, e finalizou com a esquerda, sem chances para o goleiro Bailly. O treinador brasileiro ainda fez sua última alteração, colocando o volante Ramires e sacando Diego, para fechar o meio-campo. Antes do término do jogo, o árbitro ainda expulsou outro jogador belga, Fellaini.

Com dois jogadores a mais em campo, o Brasil não soube matar o adversário, embora a Bélgica demonstrasse não ter forças para reverter a situação. A partida terminou e valeu os três pontos para a equipe de Dunga. Graças ao pé esquerdo de Hernanes, a seleção olímpica brasileira estreiou com o pé direito na competição.

QUARTAS
Se na estréia ele não brilhou, na segunda partida, contra a fraca seleção da Nova Zelândia, foi o dia de Ronaldinho Gaúcho. Num jogo fácil, no estádio de Shenyang, Ronaldinho mostrou ao mundo que ainda pode recuperar o futebol do auge de sua carreira no Barcelona. Com gols de Alexandre Pato, Anderson, Rafael Sóbis, e dois do Gaúcho, o Brasil goleou pelo placar de 5 a 0, garantindo classificação para a próxima fase.

No terceiro e último jogo do grupo C, a seleção olímpica brasileira bateu a seleção “dona da casa” por 3 a 0, conquistando o primeiro lugar do grupo e a melhor campanha entre todos os participantes. O Brasil foi a campo, no estádio olímpico Qinhuangdao, com alterações para poupar os jogadores pendurados com cartões amarelos. Assim, Ilsinho entrou na lateral direita, Thiago Silva substituiu Alex Silva na zaga, e Ramires e Thiago Neves entraram nas vagas de Hernanes e Anderson, respectivamente.

O primeiro tempo da partida foi pouco vistoso. A seleção chinesa fazia uma linha de impedimento desastrosa que o Brasil soube tirar proveito para chegar livre de frente para o gol, pecando na finalização. Assim foi com Ronaldinho Gaúcho e Alexandre Pato, ambos tentando encobrir o goleiro Liu, desperdiçando boas oportunidades. Mas, em uma dessas, Diego soube finalizar e abrir o marcador aos 17 minutos.

Na volta do intervalo, Dunga sacou Alexandre Pato para entrada de Rafael Sóbis. Bem marcado, o atacante pouco produziu em campo. Quem soube aproveitar a chance de titular foi Thiago Neves, que com dois belos gols – o primeiro em cobrança de falta –, coloca uma dúvida na cabeça do técnico para a próxima escalação.

A maior estrela brasileira voltou a não ter uma atuação digna de seu nome, assim como na estréia. Caso essa fase “vagalume” de Ronaldinho Gaúcho permaneça, ao menos nas quartas-de-final e na final – se chegar lá – ele provavelmente terá boa atuação.

E o Brasil chega com moral para encarar a sua “pedra no sapato” olímpica. Camarões está entalado na garganta dos brasileiros e chegou o momento de reverter a situação. Time para isso o Brasil tem.
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