Com a proposta de revelar um pouco do complexo universo dos garotos e garotas de hoje, a diretora e roteirista Lisa Azuelos chega às telas dos cinemas com a comédia romântica “Rindo à Toa” (LOL – Laughing Out Loud, França, 2008). Mesmo tendo sido pensado como uma história que dialogasse com os jovens franceses, a juventude brasileira pode ir ao cinema sem medo de encontrar uma narrativa cheia de clichês ou própria para outro país, pois o filme retrata as facilidades, dificuldades e emoções em geral da adolescência no século XXI.
Lola (Christa Theret) tem 15 anos e está retornando das férias. Ao terminar com seu namorado, começa a se envolver com o melhor amigo dele e, com disso, começam a surgir dúvidas sobre esse relacionamento e seus sentimentos. Mais do que uma reflexão sobre namorados, “ficantes” e amantes, o filme se preocupa em apresentar o ambiente escolar, os grupos, os estereótipos e principalmente os questionamentos que surgem nessa idade. A transição da infância esbarra em um momento crítico de descobertas e decisões próprias, tratados com leveza e jovialidade.
Convergindo com o mundo de Lola, o de sua mãe (Sophie Marceau) não fica atrás no que diz respeito à complexidade, vivendo em conflito com as responsabilidades de ser mãe e a vontade de decifrar o mundo da filha e mantendo um caso escondido com o ex-marido, Anne passa pelas mesmas dificuldades que Lola quando encontra-se apaixonada novamente. Além disso, por não saber como se aproximar da menina, acaba lendo o seu diário, símbolo da privacidade feminina nesta fase da vida e um ponto relevante e curioso em meio às conexões virtuais predominantes no filme.
Lisa Azuelos surpreende com uma linguagem equilibrada e livre de preconceitos, aproximando-se do público com uma trama feita para ele. Com um tom levemente americano e o charme peculiar francês, é uma receita feita para agradar. E não desaponta.
Nota: Pré-estreia a partir de hoje nas salas do Grupo Estação e estreia oficial prevista para o dia 21 de agosto.
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