segunda-feira, 1 de março de 2010

Uma Agradável Surpresa


RENATA SOUZA

Se você achou que seria mais um desses filmes de ficção científica com mirabolantes efeitos especiais, se enganou. Pelo menos em parte. O novo filme de Neill Blomkamp, também responsável pelos efeitos visuais de alguns episódios de Smallville, nos guarda muitos desses efeitos. No entanto, Distrito 9, também escrito por Neill em parceria com Terri Tatchell e produzido pelo aclamado Peter Jackson (trilogia O Senhor dos Anéis e o mais recente Um olhar do paraíso), não pode ser considerado apenas uma ficção.

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O filme começa com um ar de documentário, com pessoas falando para a câmera e tudo o que um documentário tem direito, para então seguir seu verdadeiro rumo e nos levar nessa empolgante trama.

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Tudo se inicia quando, há 20 anos, uma gigantesca nave extraterrestre paira sobre os ares de uma conturbada Joanesburgo, capital da África do Sul. Sim, Joanesburgo. Nada de Nova York ou Washington... Sem condições de seguirem viagem devido a problemas técnicos na nave, os milhões de seres alienígenas são obrigados a descer à Terra, famintos e acuados, ao contrário do que se esperaria: um ataque iminente. À espera de uma solução para o imenso “imprevisto”, o governo resolve reunir a nova raça em um só local, o Distrito 9. Tais quais refugiados, esses seres são mantidos em péssimas condições, enfrentando situações xenofóbicas constantemente. O Distrito 9 não passa de uma favela entupida de aliens, um verdadeiro campo de concentração sob o comando da MNU (Multi-National United), uma empresa responsável pelo controle dos indesejados estrangeiros.

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Por conta de questões políticas e financeiras, o governo decide transferir o povo do outro planeta para uma outra área. Para isso, é preciso realizar um despejo geral e deixar os extraterrestres a par dessa nova situação. Atritos começam a surgir, inevitavelmente. É durante esse processo de ordem de despejo que o funcionário do governo, Wikus Van De Merwe (Sharlto Copley), é contaminado por um fluido alienígena. Seu organismo passa, então, a gerar partes alienígenas e Wikus torna-se o homem mais procurado do nosso mundo. O motivo? Óbvio: ele é a mais nova cobaia do governo para estudos científicos que visam obter informação suficiente para dominar os extraterrestres. Para não virar rato de laboratório e sem poder contar com a ajuda de familiares e amigos, Wikus se vê perdido, sem ter para onde ir. Exceto por um lugar: Distrito 9.

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Sempre gostei de ficção científica ao estilo Alien (1979), do brilhante Ridley Scott, com direito a muito suspense e baba de alienígena. Distrito 9, contudo, é diferente, num bom sentido. Com ótimos efeitos visuais, o filme do sul-africano Neill Blomkamp realmente me surpreendeu, já que eu esperava mais um filme bobinho de alienígena malvado destruindo a Terra. Definitivamente não foi o que eu pensei. Ao longo da trama, você se pega completamente imerso naquela nova realidade e torcendo para um feliz desenlace. Baba de alienígena eu não garanto, mas um enredo de outro planeta e cenas de ação de prender a respiração, sim.

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