Foi só falar no estrogênio que as gatinhas TPM voltaram em Sex and the City 2 com os hormônios desbaratinados. Samantha Jones finalmente voltou a ser biscate, só que agora em meio aos calores da menopausa. Só isso já garantiu um filme um pouco melhor. Apesar da narrativa ser truncada e forçar a barra para aflorar sentimentos, a cinquentona tarada levanta o moral e também alguns equipamentos masculinos.
Carrie continua com seus dedos selvagens nos teclados, escrevendo convulsivamente o que sai da sua cabeça desmiolada. Pelo menos nesse filme alguém manda ela calar a boca: um crítico do “The New Yorker” diz que ela deveria fazer voto de silêncio e faz uma caricatura de sua cara de cavalo com um esparadrapo no orifício maldito (a boca, gente!!!).
Todos os bons acontecimentos do filme são efêmeros; é coisa de piscar os olhos e a felicidade escorrer pelas mãos. Por exemplo, Penélope Cruz faz uma aparição relâmpago que deixa nas papilas gustativas um sabor de açafrão e de “quero mais”. É pouco espaço para muita sensualidade. E a imagem dela com o Chris Noth (Mr. Big) ficou nos sonhos. A cidade de Abu Dhabi também é linda de viver, mas mal explorada. Tem uma sucessão de eventos pouco verossímeis que claramente tem o único papel de intensificar a problemática da Carrie, para que ela possa solucioná-la em Nova Irque. Quero dizer, foi algo do tipo “eu, Carrie, vou para uma cidade exótica ter uns choques culturais e continuar sendo insuportável”.
Mas guardei o supra-sumo para o final, um escândalo para as consciências: Liza Minnelli dançando e cantando “Single Ladies” de Beyonce Knowles, no casamentos dos amigos gays de Carrie e Charlotte. Muitos corações para Liza e suas duas bailarinas requebrando na coreografia sapequinha da Bey. O fim da apresentação, com aquele braço meio Broadway, cheio dos tremiliques, subindo aos céus, me fez dar uma gozadinha de leve. E esse é o ponto alto do filme, que acontece logo no início. Conselho que vos deixo: para manter a atenção até o fim, segure na mão de Liza e vá.
