quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Amor, Tesão e a Quarta Quina do Triângulo [Especial Os3]

O filme “Os 3”, dirigido por Nando Olival, estreia na próxima sexta-feira em cinemas de todo o país. O Lixeira Dourada já conferiu a produção durante a cobertura do Festival do Rio 2011 e promove, nesta semana, uma promoção em parceria com a Warner Brothers. Agora, você vai poder conferir três entrevistas exclusivas com e equipe do longa, começando por Sophia Reis, que interpreta a personagem opositora Bárbara, responsável por abalar a relação do trio protagonista.


Susto e Sensualidade
Apesar de ter sido convidada pelo diretor Nando Olival, com quem já havia trabalhado antes, o teste para entrar no elenco de “Os 3” surpreendeu a atriz e apresentadora Sophia Reis. Ela disse que o início foi simples, o elenco principal já havia sido escolhido e teve apenas que interpretar o momento em que sua personagem, Bárbara, aparece na trama - entrando e se apresentando no galpão onde vive o trio tema. Em seguida, a equipe de produção pediu para ela tirar a roupa e caminhar pelo set.

A atriz conta que se assustou com o pedido, mas que acabou notando que havia um sentido e propósito convincentes. “Na verdade o teste foi esse. Engraçado e surpreendente. Pouco tempo depois eles me chamaram e eu fiquei muito feliz porque era um personagem diferente do que eu normalmente faço. Estou acostumada a interpretar mocinhas... Nesse filme, mexeria com sensualidade e sexualidade. Me desafiava e eu dei o máximo, um esforço que acredito ser da minha natureza.”

Pouco íntima de personagens com apelo sexual, a atriz teve que criar as próprias medidas e descobrir muito sobre sua própria sensualidade. Procurando por uma interpretação nada caricata e que refletisse uma realidade próxima, Sophia ponderou os traços e ficou satisfeita com o resultado. “Eu queria fugir do estereótipo da ‘menina que dá para qualquer um’ e que é uma vagabunda... Eu queria que fosse uma pessoa comum, que tem uma vontade, vai lá e faz... Não pretendia inventar nada. Pelo contrário, queria alguém desse mundo em que a gente vive.”

Em contato com a obra
Responsável por entrar no meio do filme para animar as coisas, Sophia afirma que seu papel é fundamental na história. Ela adianta que Bárbara é responsável por desestruturar o triângulo que compõe a trama principal. Para ela, toda essa importância fez com que a personagem tivesse que ser condizente com o “espírito do filme”, algo que acredita ter conseguido fazer bem.

Durante um discurso que antecedeu a exibição de gala de “Os 3” no Festival do Rio 2011, Nando Olival disse acreditar que cada um dos atores trouxe uma musicalidade própria para o longa, transformando-o em um “rock balada”. Para Sophia, o seu ritmo foi “agressivo e agudo”, contrastando com uma sonoridade mais suave que acompanharia as outras personagens. “Eu me identifico com essa autenticidade que a Bárbara traz para o filme. Ela faz o que está com vontade. Não que seja uma pessoa inconsequente, mas ela não tem problemas com o que os outros vão pensar. Se ela quer aparecer, vai tentar aparecer. Se ela está a fim de transar, vai pro cara e fala ‘e aí, cê tá com tesão?!’”

A relação com o diretor foi a melhor possível. Sophia acredita pensar parecido com Nando Olival, o que “facilitou muito tudo!” e “não dificultou em nada!”, embolou a atriz, empolgada. Segundo ela, também partilhou com o diretor a tentativa de trazer Bárbara para o mundo real. “Ela já tem uma função um pouco de ‘vilão’,  porque chega e acaba com o triângulo amoroso dos ‘bonzinhos’, falando a grosso modo. Claro que não é isso, mas se você errar o tom, pode parecer. E a gente queria fazer uma coisa natural e orgânica.”

Ela conta que a cena de sexo foi o mais problemático. “Se eu descrevo a cena para você, pode parecer um filme pornô. Eu não li assim e sabia que não seria assim, Mas... É uma menina que chega, conhece o cara e eles começam a transar na escadaria de um lugar abandonado. Ou seja, sexo sem amor nenhum. Por mais que eu soubesse que a direção e a fotografia dariam um tom de sensualidade nada vulgar ao filme, um charme para a cena, sabia que isso passava também por mim. O resultado não poderia ser melhor. A cena ficou linda, delicada, sensual...” disse a atriz que ressalta o trabalho de toda a equipe, com méritos ao parceiro de cena, Victor Mendes, e, principalmente, à fotografia de Ricardo Della Rosa.

Um filme de amor e retrato
Sobre o produto final, Sophia prefere ver o filme como um retrato de gerações e um diálogo sobre o amor, muito mais do que algo que transmita alguma moral ou mensagem. “Eu odeio dizer que um filme fala da minha geração, porque nunca consigo me identificar com as produções que se dizem 'da minha geração' [irônica]. A gente assiste uma produção jovem e fala ‘quem são esses caras? Onde eles estudaram? No meu colégio é que não foi!’ Mas dessa vez eu me vejo no filme, sabe? Encontramos gente como os personagens por aí e... Quem nunca se envolveu em um triângulo amoroso, né?”

Ao mesmo tempo, a atriz aponta para uma capacidade da película de romper barreiras temporais. “Que geração que não é de amor? Esse tipo de conflito sempre existiu, mas, talvez, hoje a gente trate isso de outra forma. O filme é muito contemporâneo porque mostra que, atualmente, as coisas podem ser menos estigmatizadas. Podemos ter um olhar mais sincero sobre as coisas, menos hipócrita... Ainda mais quando amamos.”
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