terça-feira, 1 de novembro de 2011

Daniel Craig e o Pesadelo da Casa Própria


Se você já procurou alguma coisa sobre “A Casa dos Sonhos” na Internet não deve ter encontrado coisa boa. A polêmica entre o diretor e o estúdio se estendeu até seu lançamento na América. O corte final não agradou muito o diretor irlandês Jim Sheridan, que queria retirar seu nome do filme. Agora que ele estreou aqui a gente pode conferir se de fato foi um fiasco.


Logo pelo inicio o filme parece evocar “Ilha do Medo” pela sua construção misteriosa da origem do personagem. A neve caindo no escritório de Daniel Craig logo em seu último dia de trabalho parece dizer muito sobre seu personagem, mas logo descobrimos que se trata de uma pista falsa. Um recurso que já carece de originalidade e surpresa, serve apenas para dar uma reviravolta no midpoint.


Quando a trama se estabelece ela não é nada de novo, mas a forma com que ela é tratada pode tornar ela interessante. A casa que o editor comprou com sua mulher Rachel Weisz esconde mais segredos do que parece. “Grande novidade!” Né? O que há de novo aqui é que o caminho que ele percorre é mais devagar do que os dos suspenses convencionais. Elementos como a seita de adolescentes pseudo-satânicos se reunindo no porão constroem lentamente o suspense. Ele vai se tornando uma coceira insuportável, e até o clássico mistério dos últimos inquilinos vira algo completamente novo.


A partir da segunda metade o filme muda. Ele toma um rumo completamente psicológico. A forma que a alucinação domina completamente o filme dá espaço a uma linguagem mais subjetiva, o que torna ele quase contemplativo. A escolha pode dar sono a algumas pessoas, mas é uma pegada até certo ponto original.


 


Se você quiser apontar um problema, mas um problema grande mesmo, tem que ser no final. A maneira como o confronto final é (mal) resolvido, com intenções explicitamente inexplicáveis tornam ele risível. Parece um esforço de burrice incólume para que o bonzinho saia ileso. 
 

No total, “A Casa dos Sonhos” não é tão ruim. Ele pode não ter a mesma força dramática que outros filmes do gênero como “Janela Secreta” ou “Amigo Oculto” possuem. É uma experiência pra lá de mediana, mas não é de forma alguma ruim. Por mais que o final não mantenha o mesmo nível estabelecido pelo começo, o sentimento final ainda é mais positivo.

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