segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Nunca Dois Iguais Foram Tão Diferentes



A transferência de uma história dos quadrinhos para o cinema precisa de cuidado dobrado. Além da necessidade de agradar os fãs da trama original, é preciso prestar atenção na parte técnica, pois qualquer erro pode transformá-lo em um filme trash. Felizmente, Nana (Japão 2005) é uma das melhores adaptações do gênero. 



Nana Oosaki (Mika Nakashima) é uma cantora de rock que parte para Tóquio que tenta recomeçar a vida após o término de um relacionamento. É uma garota forte que mostra independência e vontade de vencer na vida. Já Nana Komatsu (Aoi Miyazaki) é meiga e desajeitada que se muda para Tóquio para viver perto de seu namorado e mostrar que não é uma qualquer recém-saída da adolescência. As duas têm o mesmo nome e a mesma idade. Também por coincidência visitam, no mesmo dia e à mesma hora, um apartamento para alugar — o número 707 (em japonês, “Nana” significa “Sete”). Para evitar confusões, resolvem dividí-lo e viver juntas, começando aí, uma grande amizade.


O filme não é uma nova versão da história original, mas sim o “anime filmado”, o que é comum no Japão. Praticamente todas as cenas são extraídas do desenho, incluindo ângulos de câmeras, diálogos e o figurino dos personagens. Aliás, este é o ponto que mais chama a atenção, pois as roupas e os cabelos não parecem fantasias de carnaval, mas também não parecem realísticos, alcançando um meio termo perfeito. 



É evidente que o filme teve que cortar uma série de eventos, afinal o anime tem 47 episódios e os quadrinhos ainda não teve um fim (está em hiatos), mas não chega a passar, ou passa muito pouco, a sensação de que está faltando “este ou aquele detalhe”. Já o desfecho tem aquele clima de “final”, mas com possibilidades para continuações sem parecer forçado.


Nana é uma ótima história, seja no anime, no mangá, ou no Live Action. O real problema é se você procura algo mais tradicional do gênero, com efeitos de luzes e muita pancadaria, pois aí sim você se decepcionará. Aqui o foco é nos conflitos internos, que são explorados sem cair no brega, além de transmitir mensagens ambíguas para o espectador até mesmo sobre a real sexualidade das protagonistas. Enfim, uma excelente adaptação.  
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