quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Dançarinos Com Truques Nas Mangas

Embora tenha passado despercebido por uns, “Happy Feet” é um filme adorável que cativou platéias. Agora, os Imperiais estão de volta para fazer mais pessoas caminharem daquele jeito engraçadinho para o cinema. “Happy Feet 2” tenta revisar alguns conceitos de seu antecessor além de trazer de volta a sua essência para trazer a experiência máxima da pingüinlândia. Pode causar algum estranhamento de início, mas as mudanças trazidas por ele realmente são para a melhor.



De certa forma, não existe nada como “Happy Feet”. Um filme infantil que consegue tratar de assuntos tão delicados de uma maneira franca. Ele consegue nos deixar inseguros, frágeis e até perplexos quando traz a superfície temáticas atuais. Ao mesmo tempo, é um “Glee” do mundo animal, mesmo antes de existir “Glee”. Dessa vez, as músicas foram freadas para dar caminho à história. Se você acredita no poder a história, isso é ótimo.

Manu cresceu, agora tem um pengüinzinho. Agora ele tem que aprender a ser um pai, aparentemente dançar é a única coisa que ele sabe fazer mesmo, enquanto ainda ajuda os pengüins imperadores a se safar de uma enrascada quando um iceberg isola eles em sua casa. Existe uma multiplicidade muito positiva de personagens. Cada um com conflitos bem definidos que ajudam a levar a trama maior. Ramon ainda está em sua busca por mulher e Lovelace ainda fala sobre os alienígenas, que felizmente tem um espaço bem menor dessa vez. 



Mas não são só rostos conhecidos que compõe a trama. O filhote de Manu, chamado Erik, é a coisa mais linda do universo, e até ele impõe um desafio para o pai, que tem que fazê-lo superar seu sonho de voar e encontrar a sua vocação. Paralelamente a trama principal há também a aventura de um duo de krills (parecem camarões pra mim) que se separa do cardume. Mas essa trama serve muito mais como uma running gag do que como uma história em si. Mais fácil vê-la como o Scratch, da “Era do Gelo” do que como o Woody separado do conjunto em “Toy Story”.


A diferença dos gráficos entre o primeiro e o segundo é discreta. Embora perceptível, ela não demonstra um avanço chocante. Isso só serve para mostrar como o primeiro já era bem avant garde e como a franquia tem um ideal estético bem definido. É a realização desse ideal que rouba a cena no espetáculo gráfico. A constante dicotomia entre o grande e o pequeno nos deixa boquiabertos com situações indizíveis do reino animal. Isso combinado com uma concepção de realismo que rege o look dos cenários e da iluminação compõe o forte do banquete visual que é esse filme. O 3D também é usado de maneira sutil, como têm sido tendência, e ajuda a tornar a experiência mais agradável.


“Happy Feet 2” é o que todo o “2” deveria ser: um shift do primeiro filme. Todos os aspectos de seu antecessor aqui são melhor explorados. Um filme mais envolvente e até mais agradável, que consegue atingir dos pequeninos até os grandões. Não importa o seu lugar na cadeia alimentar, “Happy Feet 2” é pra você.

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