quinta-feira, 21 de maio de 2009

Ao Pé Da Letra

banner_chico Nos dias de hoje, a internet encurta distâncias e une pessoas de todo o mundo, mas tempos de globalização à parte, é difícil acompanhar a mudança de Português – Espanhol dos atores brasileiros ou não. Esse é um dos pontos de discordância sobre o filme Estorvo de Ruy Guerra, adaptado do livro homônimo de Chico Buarque.

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Há quem diga que o estarrecedor foi a forma com que Ruy Guerra, roteirista e diretor, captou a linguagem de Chico Buarque e outras preocupações – a maneira de jogar com o tempo e o exercício de fragmentação cênica – como forma de traduzir essa realidade. Ainda assim, não agrada a todos os cinéfilos, mesmo eles sendo os únicos que assistiriam ao filme até o fim.
estorvo2
Estorvo é incômodo. A personagem principal é um homem paranóico que demonstra isto ao resolver não abrir a porta para um homem que ele supõe querer matá-lo. A partir daí, conhecemos (ou nos confundimos com) sua vida. A irmã rica e com TOC (transtorno obsessivo compulsivo) a quem pede ajuda para fugir de sei-lá-o-quê; a mãe que não fala com ele; a ex-mulher que o ignora; o amigo filósofo alcoólatra assassinado; a amiga drogada da irmã que tenta agarrá-lo…
estorvo3 Atores brasileiros, espanhóis e cubanos que ora falam em Português, ora em Espanhol, unidos a uma trilha sonora angustiante de Egberto Gismonti, causam certo desconforto. Cenas confusas, quadros curtos, personagem sem nome: não é filme para qualquer mente. Da mesma maneira que “eu”, o personagem principal, não consegue identificar o visitante que insistentemente toca a campainha e foge, a maioria espectadores não apreende o tema de Estorvo e sai correndo da frente da tela.
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