terça-feira, 13 de julho de 2010

Onde Está Seu Rock n' Roll?

Procura-se um rock n’ roll. O rock, fingindo extinção, esconde-se nos cantos mais inusitados. Traveste-se de pop, supõe-se eletrônico e volta triunfante – pronto para estourar os amplificadores com guitarras distorcidas. O rock não escolhe endereço. Povoa os hábitos, define os costumes, propaga estilos. Não há padrões na música e, sobretudo no rock, não há sequer um motivo.



O rock, por si só, não é o bastante. Há de se compreender suas raízes. Procurar nas suas fontes algum significado. Mas que não sejamos tolos ao ponto de definir o rock como mero gênero musical. O rock é bem mais do que um estereótipo. É bem mais do que um conceito; muito mais do que um movimento. O rock n’ roll tem alma e corpo próprios. Não depende de época nem mesmo de rockeiros. O rock é autossuficiente. É independente, desprendido de sentido. É o sublime invadindo nossas percepções. É escolha, é vontade, é vício, é razão.


Portanto, pergunto: – onde está seu rock n’ roll? Será nas suas escolhas? No seu gosto musical por si só? Nas pastas de mp3 computadores afora? Há os que acreditam na atitude-rock, no estilo-rock. O meu rock n’ roll, a título de exemplo, surgiu na primeira vez em que meu CD Player engoliu um exemplar de “Californication”, do “Red Hot Chili Peppers”. Posso dizer que, a partir dali, tudo mudou. E o mundo, ora, vestiu-se de luz, de cor; de muito som. Meu mundo era rock.


Proponho essa discussão – um tanto vaga, por sinal –  pra comemorar, na data de hoje, o “Dia do Rock”. Hoje é o dia do rockeiro progressivo, do rockeiro pop-rock, indie rock, rockabilly, hard rock – hoje é o dia de todos nós. Pretendia, a princípio, fazer um breve panorama da história, evolução e influência cultural do rock nas nossas vidas. Mas penso que, para vocês, soaria vazio, informativo; jornalístico demais. Isso, naturalmente, será o ofício de outros sites. Um espaço como esse – tão plural, diga-se de passagem – não deve servir apenas para desmembrar teorias ou mesmo criá-las.


Comemoremos, portanto, ao som do que acharmos mais conveniente. Uma balada dos Beatles; uma alucinação do Pink Floyd; um acorde sujo dos Ramones – tanto faz, meus caros. Costumo dizer que, de certa forma, nem mil Paul McCartneys valem mais do que uma Ivete Sangalo que agrade mais ao seu ouvido. Há de se respeitar as diferenças. O próprio rock, em sua forma atual, foi buscar em todos os cantos do planeta pequenos pedaços de influências para sempre se reinventar. Mas que fique claro: para nós, amantes do rock, só há dois tipos de música. O rock e o resto. Parabéns, rock. Obrigado por tudo.
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