Depois de surpreender com "Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América", Sasha Baron Cohen estrela o seu segundo documentário fake (também co-autor do roteiro): Brüno, um apresentador gay, austríaco, cretino e com uma enorme obsessão pela fama. Depois de uma frustrada passagem por uma edição da Fashion Week na Europa, no qual vestia uma roupa inteira de velcro e destruiu todo o cenário do desfile, é colocado em uma lista negra dos organizadores de grandes eventos, perde a credibilidade, os holofotes e o emprego na rede de TV Funkyzeit. Resolve então viajar para Los Angeles na tentativa desesperada de voltar ao estrelato, mesmo não tendo nenhum talento, e se tornar “o austríaco mais famoso depois de Hitler”. Ele passa pelas lojas de Melrose, em Los Angeles, pelo Fashion Week de Nova York e vai se aproveitando de todo mundo, mostrando a importância exagerada que as pessoas dão a moda e a fama.

Bruno, que já fez parte do programa de TV, "Da Ali G Show", é um personagem que circula pela noite de Miami Beach entrevistando héteros e tirando sarro dos assumidos e dos enrustidos, por exemplo. Nas suas entrevistas, Bruno mistura alemão com inglês, e faz as pessoas julgarem o que ou quem é IN ou OUT. É comum pedir para as celebridades do mundo fashion darem suas opiniões sobre "personalidades" como Hitler e Osama Bin Laden.

Fazendo uma comparação com Borat, Bruno fica um pouco para trás. Borat, além de ter tido a vantagem de ser novidade, tem uma forma mais sutil de fazer humor, enquanto Bruno é mais escrachado e exagerado. Não foi à toa que a censura do primeiro corte tinha ficado acima de 21 anos, e também não foi à toa que muitas pessoas se irritaram com o filme e levantaram no meio da sessão. O filme é mais pesado, mas as críticas são fantásticas nos dois, e esse tipo de humor, trabalhado em cima de documentários forjados, é uma forma eficaz de reflexão sobre a sociedade.

Quando assisti ao filme não acreditei em determinadas partes, como quando Bruno entrevista e ridiculariza um militante de um grupo terrorista palestino. Eu pensei que tinha sido armação, mas começaram a sair notícias de que um grupo palestino, chamado Brigada dos Mártires, da cidade de Al-Aqsa, divulgou um comunicado no qual ameaçava a vida do humorista Sacha Baron Cohen.

"O filme é parte de uma conspiração contra a Brigada dos Mártires de Al-Aqsa. Reservamo-nos o direito de responder da maneira que acharmos melhor contra este homem", afirma o comunicado que foi veiculado em um jornal da cidade de Jerusalém.
O homem que aparece no filme como militante da brigada ainda disse que pretende processar o ator, ele afirmou que não faz parte de nenhum grupo terrorista e que as insinuações homossexuais poderiam custar a vida de Sasha. Mas segundo o repórter Aaron Klein, que recebeu o manifesto do Brigada, o grupo é responsável por diversos tiroteios e ataques suicidas com bombas em Israel, além de serem extremamente machistas.
Há outra parte, essa que convence totalmente, em que Bruno resolve contratar crianças para participarem de um ensaio fotográfico, e muitos pais comparecem para tentar arrumar o emprego para seus filhos e alguns pais aceitam situações absurdas e desumanas para que seus filhos sejam astros, como fazer lipoaspiração, cortar uma perna e participar de fotos trajados de nazista.
O homem que aparece no filme como militante da brigada ainda disse que pretende processar o ator, ele afirmou que não faz parte de nenhum grupo terrorista e que as insinuações homossexuais poderiam custar a vida de Sasha. Mas segundo o repórter Aaron Klein, que recebeu o manifesto do Brigada, o grupo é responsável por diversos tiroteios e ataques suicidas com bombas em Israel, além de serem extremamente machistas.
Há outra parte, essa que convence totalmente, em que Bruno resolve contratar crianças para participarem de um ensaio fotográfico, e muitos pais comparecem para tentar arrumar o emprego para seus filhos e alguns pais aceitam situações absurdas e desumanas para que seus filhos sejam astros, como fazer lipoaspiração, cortar uma perna e participar de fotos trajados de nazista.

O filme alfineta o tempo todo celebridades e aspirantes. A sátira com o desejo incontrolável que as pessoas desenvolvem de se tornarem famosas, dificilmente seria mais bem feita. Além da coragem, que pode também ser considerada maluquice, que Sasha teve! O filme consegue explorar a hipocrisia, homofobia, falsa-tolerância e puritanismo presentes na sociedade.

O filme choca, o que é difícil e positivo, já que atualmente estamos rodeados de tantos absurdos que perdemos um pouco a sensibilidade para nos surpreender com as coisas, por mais inacreditáveis que elas sejam.

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