Está entrando em cartaz “Os Famosos e os Duendes da Morte”, ganhador de Melhor Filme e do Prêmio da Crítica do Festival do Rio 2009 e de alguns outros prêmios mundo afora. Não poderíamos esperar menos, já que se trata da estreia em longas-metragens de um premiado diretor de curtas, Esmir Filho.

Se você acha que nunca ouvi falar em Esmir, ou que nunca assistiu a nenhum dos filmes dele, provavelmente está muito enganado, já que ele é um dos responsáveis pelo filme mais visto no YouTube no Brasil: Tapa Na Pantera, com Maria Alice Vergueiro. Mas não esperem o mesmo tema, sequer o mesmo tom ou o mesmo gênero, nesse novo trabalho.

O filme é baseado no livro de Ismael Caneppele e atravessa a vida de um adolescente de 14 anos (Henrique Larré), fã de Bob Dylan, que mora em uma pequena cidade alemã no interior do Rio Grande do Sul e visita o mundo através da internet, o que faz com que ele se sinta cada vez mais preso à sua realidade e mais frustrado com sua vida. Ao acompanhar os vídeos de uma garota (Tuane Eggers) que se jogou da ponte que liga sua cidade ao resto do mundo, ele decide seguir o misterioso Julian (Caneppele), antigo companheiro dela, e começa a se afastar de seu melhor e único amigo, Diego (Samuel Reginatto).

A história é boa, mas não é o melhor do filme. A fotografia, por exemplo, é belíssima (e foi premiada no Festival de Guadalajara) e a trilha sonora “folk-quase-Dylan” composta por Nelo Johann caiu muito bem, dando um tom intimista e imersivo ao filme. Dificilmente alguém que já passou pela adolescência, e ainda não se esqueceu dela, não vai se identificar com alguma aspecto, mas certamente Os Famosos e os Duendes da Morte vai dividir opiniões.
