segunda-feira, 15 de novembro de 2010

FILOSOFILMES: A Inveja, A Loucura, a Genialidade

"De gênio e louco todo mundo tem um pouco", diz o dito popular. Mozart era a personificação extrema dessas qualidades. Para contar esta história, Hollywood presenteia-nos com Amadeus (EUA 1984), um filme tão inesquecível quanto as músicas do eterno compositor.


Após tentar se suicidar, Salieri (F.Murray Abraham) confessa a um padre que foi o responsável pela morte de Mozart (Tom Hulce) e relata como conheceu, conviveu e passou a odiar aquele jovem irreverente, mas que compunha suas músicas como se tivessem sido abençoadas por Deus.


A intenção não é retratar a história real, mas mostar o talento do eterno compositor. Para isso, transformaram o genial músico Salieri em um vilão "cego de inveja", sentimento não condizente com a realidade, mas com a intenção de mostrar a grandeza do Mozart. Falas como "Porque Deus escolhera uma criança tão obscena para ser seu instrumento?" são brilhantemente feitas por Murray, dando margem a várias interpretações sobre seus sentimentos. Seria dó? Raiva? Rancor? Ou apenas inveja em sua forma mais pura? 


Qualquer parte encontrarás a perfeição: A interpretação dos personagens, o roteiro magnífico, fotografia, direção, edição, tudo! As músicas, evidentemente estão em um nível elevadíssimo, ainda mais considerando as excelentes gravações produzidas especialmente para o filme, destacam-se a Rainha da noite e Lacrimosa. As cenas finais arrancam lágrimas de qualquer pessoa que tenha o mínimo de sensibilidade, com o drama perto do nível máximo, considerando que o nome "Mozart" não tinha o "peso" que viria a ter séculos depois.


Um flme de três horas falando sobre música clássica com certeza espantaria a grande maioria das pessoas, mas não é o que acontece com Amadeus. Emocionante e prazeroso, justificando seus oito oscars, é para a vida inteira.

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