segunda-feira, 1 de novembro de 2010

FILOSOFILMES: Tonari No Totoro

Atendendo a grande número de pedidos, trago a resenha do clássico Meu Amigo Totoro (Japão, 1988). Explorando a simplicidade ao máximo, a narrativa linear agrada pela ingenuidade, parecendo histórias da vóvó, mas sem subestimar a inteligência das crianças. O anime é feito por um dos mais respeitados criadores do cinema de animação japonesa, Hayao Miyazaki, considerado o Walt Disney oriental.


Duas garotas, Mei e Satsuki, mudam-se para um novo lar próximo ao hospital em que sua mãe está internada. No jardim há uma árvore larga que serve de casa para três Totoros, deuses da floresta. Pouco depois, notícias do hospital chegaram dizendo que sua mãe não poderia voltar para casa conforme prometido. Então Mei, a filha mais nova, foge para visitar a mãe. Satsuki precisa pedir ajuda à Totoro para encontrar sua irmã.


Quem está acostumado com animações frenéticas poderá estranhar. Você passará mais de vinte minutos assistindo as meninas brincando no jardim, dando risada, buscando água, conversando com o pai, etc. Tudo proposital, pois o roteiro de Miyazaki não deixa o espectador entediado (mesmo as crianças), aguçando a curiosidade de saber quem é esse tal de Totoro que dá título ao filme. Aliás, ele aparece depois que Mei segue um coelho e cai no buraco de uma árvore, soa familiar? Uma homenagem a "Alice no País das Maravilhas".


Não há nenhuma espécie de conflito durante o filme, o clima de harmonia e tranqüilidade da cidade do interior é vivido com intensidade. Miyazaki foi bastante cuidadoso ao tratar o sentimento das crianças, colocando tanto a melancolia quanto a felicidade em seres tão frágeis sem apelar para a caricatura.


O traço dos personagens é simples, daqueles que chamamos de “bonitinhos”, talvez para combinar com a história. Não podemos dizer o mesmo da animação,  sofisticada, extraindo ao máximo a capacidade da época em animar. Os cenários são bem desenhados, remetendo cidades do interior que poderia estar em qualquer lugar do mundo. A trilha sonora contribui para o clima de magia presente em todo o filme, sendo todas muito bonitas, destaque para a canção tema.


Mesmo com a simplicidade da narrativa, tanto adultos quanto crianças podem se emocionar em alguns momentos. A imersão no mundo do Totoro é fascinante. Estamos diante de um fantástico filme infantil, uma excelente alternativa para as animações que estamos acostumados. Só tome cuidado para não ficar cantando o refrão da música tema.

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