segunda-feira, 8 de novembro de 2010

FILOSOFILMES: Relações Transitórias

Atualmente os relacionamentos amorosos estão cada vez mais fugazes, rápidos e banalizados. Closer - Perto demais (EUA 2004) é o retrato deste universo que penetra os seres humanos. Baseado numa peça inglesa, a história foca o lado "animal" dos homens que coletam sensações e prazeres.

O filme conta histórias envolvendo infidelidade, intimidade e sacrifício. Anna (Julia Roberts) é uma fotógrafa bem sucedida que conhece e seduz Dan (Jude Law), um jornalista sem sucesso tentando lançar um livro, e os dois tem rápido envolvimento. A seguir, Anna conhece Larry (Clive Owen) de uma forma um tanto inusitada, e se casa com ele. Dan mantém um caso com Anna mesmo depois do casamento e usa a misteriosa Alice (Natalie Portman) como musa inspiradora, sem saber que Alice carrega em si diversos segredos não revelados.



 
Os diálogos impressionam pela síntese das mensagens. Brigas que na vida real durariam horas são solucionadas em poucos minutos no filme com a mesma força que teriam na realidade. Os personagens são exageradamente objetivos e destemidos, e todos possuem características bem estereotipadas de defeitos e qualidades, fazendo com que o espectador se identifique com um deles. Várias vezes durante o filme você falará "eu no lugar dele (dela) faria a mesma coisa". Segundos fontes confiáveis, a peça original planejava que cada um dos personagens tivesse todas as características que condizem com os elementos dos signos do Zodiaco, portanto a Anna seria a fusão de todos os signos de terra, Dan os de fogo, Alice os de água, e Larry os de ar.




Os quatro atores impressionam em suas interpretações, assim como a trilha sonora, a fotografia e toda a parte técnica. A direção de Mike Nichols é incrível, as cenas de erotismo que facilmente passariam por pornográficas e desnecessárias acabam por contribuir para o andamento da história de forma elegante, não caindo no ridículo. A troca de olhares e os gestos passam segundas e terceiras mensagens, sendo necessário assistir o filme várias vezes para compreender todas as nuances projetadas pelo diretor.



Mesmo sendo um quadrilátero amoroso, Closer- Perto demais não é previsível. Feito para entreter e induzir o espectador a pensar sobre relacionamentos, é um excelente estímulo audiovisual e deve ser visto quantas vezes foi necessária para sua total compreensão.





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