segunda-feira, 4 de junho de 2012

Frieza e Violência

 

Já dizia o meu avô: “Escute os mais velhos, nós temos mais experiência!”, e praticamente todas as vezes que rejeitei seus conselhos, acabava “quebrando a cara”. Jovens são assim no mundo inteiro, e o filme A Balada de Narayama (Japão 1983) mostra isso com uma frieza, no mínimo, chocante.

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Num pequeno vilarejo japonês do século XIX, o morador que completa 70 anos de idade deve subir ao topo de uma sagrada montanha e aguardar por sua morte. Aquele que se recusa a cumprir a tradição, traz desonra para sua família. Mas para Orin (Sumiko Sakamoto), uma senhora de 69 anos, procurar uma esposa para o seu filho mais velho, Tatsuhei (Ken Ogata), é mais preocupante do que cumprir a amarga tradição.

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Não há espaço para a sabedoria dos mais velhos. No caso, a culpa é da tradição do vilarejo, e Orin não tem outra opção a não ser aceitar o seu destino, que acaba sendo motivo de honra e não de tristeza.

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Muitos desistirão de assistir logo na primeira hora pela força das cenas, que na tentativa de mostrar a crueldade do vilarejo, acaba entrando na vulgaridade. Cenas de sexo com animais e uma família sendo enterrada viva são alguns exemplos. Porém, entrando no clima, você entende a proposta do diretor e dificilmente você desgrudará os olhos.

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A balada da Narayama é mais um clássico do cinema japonês. Trágico e violento, mas toca profundamente nos sentimentos de quem assiste, sendo ótimo para refletir, e indispensável para os fãs do cinema-arte.

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