Você até já pode ter visto filmes baseados em quadros, mas nada como O Moinho e a Cruz ("The Mill and the Cross" 2011, Polônia/Suécia). Geralmente filmes inspirados em obras de arte tem a preocupação de contar a história por trás dela, incrementando com as angústias do artista ou até com um romance. O Moinho se diferencia disso porque ele não fala sobre o quadro, ele é o quadro. Uma nova abordagem muito bem vinda e até muito bem executada. Mas será que esse quandro consegue pintar 24 quadros por segundo?
Pra quem andou perdendo a aula de história da arte, A Procissão para o Calvário é uma tela pintada em 1564 por Pieter Brueghel no lugar onde hoje é a Bélgica. No primeiro plano, vemos um grande amontoado de pessoas, todas elas em um descampado se dedicando cada uma a suas atividadades mundanas. Logo, as linhas de perspectivas convergem em um moinho no segundo plano onde a nossa atenção é voltada. Para dar vida ao quadro, o filme recria o cotidiano daquela pequena vila em Flanders, e faz isso da maneira mais original possível.
Ele é com certeza um filme anti-ilusionista e minimalista. Ele se resolve quase inteiramente nas ações. Na grande parte dele, os personagens ficam em silêncio, e é assim que é o filme em seu auge. A formula, contudo, não funciona por muito tempo, ela começa a mostrar seus cacoetes a medida que o filme se prolonga. O que faz a gente perguntar se não tinha como cortar um pouco dele. Para tentar consertar isso o discurso começa a ficar mais presente e muito mais falado. O que acaba tirando um pouco do seu charme para tentar resolver uma mise en scene que não se sustenta.
A fotografia também é engenhosa, com cores vibrantes e enquadramentos geniais, é fácil dizer que esse quadro também gerou muitos quadros. Mesmo assim, o filme não consegue fugir daquela estética de telefilme. Um telefilme muito bom, de qualquer forma. Os mais experimentalistas vão gostar de saber que isso existe, e podem até gostar da idéia. Mas o Moinho e a Cruz é um desafio até para os mais ligados em filmes pouco tradicionais.
Pra quem andou perdendo a aula de história da arte, A Procissão para o Calvário é uma tela pintada em 1564 por Pieter Brueghel no lugar onde hoje é a Bélgica. No primeiro plano, vemos um grande amontoado de pessoas, todas elas em um descampado se dedicando cada uma a suas atividadades mundanas. Logo, as linhas de perspectivas convergem em um moinho no segundo plano onde a nossa atenção é voltada. Para dar vida ao quadro, o filme recria o cotidiano daquela pequena vila em Flanders, e faz isso da maneira mais original possível.
Ele é com certeza um filme anti-ilusionista e minimalista. Ele se resolve quase inteiramente nas ações. Na grande parte dele, os personagens ficam em silêncio, e é assim que é o filme em seu auge. A formula, contudo, não funciona por muito tempo, ela começa a mostrar seus cacoetes a medida que o filme se prolonga. O que faz a gente perguntar se não tinha como cortar um pouco dele. Para tentar consertar isso o discurso começa a ficar mais presente e muito mais falado. O que acaba tirando um pouco do seu charme para tentar resolver uma mise en scene que não se sustenta.
A fotografia também é engenhosa, com cores vibrantes e enquadramentos geniais, é fácil dizer que esse quadro também gerou muitos quadros. Mesmo assim, o filme não consegue fugir daquela estética de telefilme. Um telefilme muito bom, de qualquer forma. Os mais experimentalistas vão gostar de saber que isso existe, e podem até gostar da idéia. Mas o Moinho e a Cruz é um desafio até para os mais ligados em filmes pouco tradicionais.
