Francisco Camargo é um lavrador em Pirenópolis no interior de Goiás. Apaixonado pelas músicas que escuta em seu radio de pilha, seu sonho é transformar seus filhos Mirosmar e Ernival em cantores famosos. Ao longo da trajetória musical, eles sofrerão com um empresário charlatão, e também com uma tragédia que quase arruína o sonho de seu pai.
Diferentemente do que muitos podem pensar, o filme não é piegas e muito menos cafona (ao contrário das músicas da dupla). O longa metragem não é feito especialmente para os fãs de Zezé di Camargo e Luciano, muito menos para quem gosta de música sertaneja. Ele possui uma linguagem bem tradicional, linear, com começo, meio e fim muito bem divididos. A fotografia é excelente, e a trilha sonora também. Os atores são bons, contando com algumas personalidades conhecidas como o Lima Duarte.
Mais do que mostrar a trajetória da dupla sertaneja, a ideia principal do filme é mostrar a vida de uma família que sofre com dificuldades financeiras e emocionais, mas que nunca desistem de seus sonhos. O longa não se preocupa em deixar a figura do pai como um herói, mostrando um lado cruel em que obrigava os filhos a treinarem a voz todos os dias, fazia-os comer ovo cru, entre outras barbaridades. No final das contas, Francisco Camargo acaba sendo “endeuzado”, pois conseguiu fazer com que a dupla alcançasse o sucesso, e também porquê era o modo que ele sabia de educar seus filhos.
Hoje estamos comemorando o dia do sertanejo, e 2 Filhos de Francisco é excelente para ser assistido nesta data. Sendo bom em todos os sentidos, além das participações de Caetano Veloso e Maria Bethânia na trilha sonora, este é um filme para ser assistido com toda a família. E como de praxe dos longas da coluna FilosoFilmes, é possível que você derrame algumas lágrimas ao final deles. Sua avó e sua mãe com certeza o fará.