quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Vamos Para o Oscar?

Olha só a Brazucah mais uma vez contemplando nós, humildes blogueiros, com sessões maravilhosas. Nessa última sexta feira, dia 16, fui com outros donos de blogs para uma sessão fechada do "Última Parada - 174" na sede da Paramount Pictures (Thiago, valeu pela carona!).


Para quem anda por fora, o tema já foi abordado anteriormente no documentário "Ônibus 174", de José Padilha. Bruno Barreto veio agora com o "Última Parada", contando uma história-novela não só de Sandro, sobrevivente da chacina da Candelária e autor do seqüestro, como também de Alê-Monstro, amigo-parceiro de Sandro. Deixando claro que muito do filme é ficcional, este cruza a história dos dois meninos, com muito apelo emocional e, mais uma vez, nosso famigerado tema da violência nas telas.

Após a sessão, Michel Gomes (Sandro) e Marcello Melo Jr.(Alê Monstro) contaram pra gente um pouco a vida deles, sobre a escolha do elenco e o processo de filmagem. Michel sempre fez teatro, participou de algumas telenovelas e na época da seleção de elenco tinha apenas 11 anos. "Fiz 20 testes", disse. Marcelo é integrante do "Nós do Morro" (mesmo grupo que revelou o ator Thiago Martins de "Era Uma Vez") e prefere o teatro à televisão.

Na conversa, destacaram muito o trabalho dos responsáveis pela preparação de elenco, Ricardo e Rogério Blat. O roteiro foi moldado pelas improvisações, gírias e idéias dos próprios atores que, além de emprestarem muito de si para os personagens, tiveram também oficina de preparação para compor seus papéis. Michel comentou as alterações feitas nos diálogos e o trabalho da continuísta para acompanhar todas as modificações no roteiro.

Sobre o filme, a minha singela opinião é a seguinte: muito bem feito. A fotografia foi genialmente trabalhada com o uso de câmeras diferentes nas imagens dentro e fora do ônibus, não só pela questão subjetiva, na elaboração do impacto e aproximação às cenas originais transmitidas na época do incidente, como também para o bom aproveitamento da luz (câmeras de televisão fora, películas dentro).

Tirando as questões técnicas, vou dizer sinceramente que estou meio saturada dessa banalização da violência brasileira nos cinemas e a imagem do nosso país. Está tão prosaico que, comercializar as nossas deficiências sociais virou arte. A "cafetização da violência", como disse brilhantemente o cineasta Walter Lima Jr, é o único termo no qual consigo pensar agora.



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