quarta-feira, 8 de junho de 2011

A História De Po, O Panda

É duro competir contra a Pixar. E a Dreamworks, ciente da dificuldade que é ter que ano a ano se superar para vencer a luminária mais criativa do cinema, aposta, quase sempre, na comédia e no bizarro. Sendo assim, transformou um ogro em um galã, ofereceu liberdade aos animais do zoológico de Manhattan e, numa última tacada, ensinou um Urso Panda a lutar Kung Fu. Shrek e Madagascar ganharam continuações (intermináveis, no caso de Shrek) e, agora, é a vez de Po voltar às telas no divertido e belissimamente coreografado Kung Fu Panda 2 (Kung Fu Panda 2, Eua, 2011).


Garantir o posto eterno de Dragão Guerreiro no primeiro capítulo da série não alterou radicalmente a vida de Po que, constantemente convocado para defender seu vilarejo, ainda conserva o vício por macarrão e pasteizinhos chineses. Mas, ao perceber uma ameaça tão grande a ponto de prejudicar toda a China, Po e os Cinco Furiosos partem rumo a pronvíncia de Gongmen – antigo reinado dos protetores do Kung Fu – para investigar um evento que pode destruir por definitivo a arte marcial que tanto prezam.


E é em Gongmen, que, por acaso, o destino do Kung Fu e a história de Po se entrelaçam, a partir da figura do pavão Shen, herdeiro banido da província. Shen, após ouvir uma profecia às vésperas de sua nomeação ao trono, executa todos os Pandas dos vilarejos próximos, já que, segundo a previsão, seu fim chegaria na forma de um inimigo branco e preto. Expulso de Gongmen por seus pais, Shen jura vingança e esconde-se nas montanhas para preparar uma arma que sacramentaria o fim do Kung Fu e a consequente recuperação do trono.


Kung Fu Panda 2, portanto, foge do didatismo sobre a cultura chinesa presente no primeiro capítulo e aposta, dessa vez, na concepção básica do que é honra, respeito às origens e apreço à família. O clichê inevitável, entretanto, é suplantado pela coreografia quase perfeita das cenas de ação e o humor espontâneo de Po, que cresce como personagem e revela um amadurecimento imediato. Pois, na jornada para salvar o Kung Fu, Po também depara-se com sua própria história, questionando-se pela primeira vez a respeito de seus pais verdadeiros.


Apostar em discussões mais profundas a respeito de temas como família e amizade aproxima a Dreamworks, provavelmente pela primeira vez, do brilhantismo da Pixar. Ainda há títulos mais completos da produtora, como os dois primeiros capítulos da saga de Shrek. Mas, ao unir humor instintivo, ação ininterrupta e um protagonista irresístivel, o acerto em Kung Fu Panda 2 é na mosca. Sorte dos pais que levarão seus pequenos para uma sessão de fim de semana. Ponto para Po e seus Cinco Furiosos. O deleite é inevitável.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...