quarta-feira, 22 de junho de 2011

Notas Musicais #13 [Restaurado]


Para tudo! Saiu o novo disco do Arctic Monkeys.



Antes de qualquer coisa, vamos contextualizar esse disco na história da banda:
2006 - O Arctic Monkeys estreia com o histórico álbum Whatever People Say I am, That's What I'm Not. Depois de Is This It, do Strokes, talvez este seja o álbum de rock mais importante da última década. Com ele, chegavam os indies do novo Rok Alternativo. O som da banda era autêntico e de altíssima qualidade. Quem não se lembra de I Bet That You Look Good On The Dancefloor?


2008 - A banda lança seu segundo disco Favourite Worst Nightmare, que é um dos discos que mais gosto de ouvir. Simplesmente sensacional. Mais maduro e seguro que o primeiro, uma obra-prima. Não tem uma única música ruim no álbum. Fluorescent Adolescent bombou e o Arctic Monkeys estava consolidado como uma das grandes bandas do momento.


2009 - Aí, meus amigos, a coisa ficou feia. Um ar blasé se instaurou na banda e eles simplesmente perderam todos os elementos que fizeram do Arctic Monkeys o que eles são hoje. O terceiro álbum Humbug pode até ser bom para alguns, mas não tem nada de Arctic Monkeys nele. Alex Turner esqueceu a voz em casa e o ar jovem da banda ficou pra trás.


2011 - Sai o quarto disco da banda Suck It and See, que ainda traz algo do Humbug, uma sonoridade meio obscura que não condiz muito com o que deixou a banda no topo das paradas. Mas também não posso negar que vejo muito do Favourite Worst Nightmare. Com certeza, é melhor do que Humbug, mas o novo trabalho não traz uma música grudenta como os singles dos outros três álbuns.


Chega de enrolação: o disco é bom. Não é ainda o que esperamos do Arctic Monkeys, mas consegue nos deixar bastante satisfeitos com o que ouvimos. Nesse momento, lembro da frase de Julian Casablancas ao ver uma certa reação negativa dos fãs ao ouvir o último disco Angles do Strokes: "Eu sei o que eles querem, mas não podemos dar isso agora". Talvez seja exatamente esse o caso de Alex Turner. Agora, com 24 anos, talvez seja a hora de experimentar um som mais "sério".

Em Suck It and See também sinto uma influência um pouco excessiva do produtor Josh Homme, o gênio criativo do Queens Of The Stone Age. O timbre das guitarras nos solos, o peso da bateria e algumas linhas do vocal são exemplos de elementos que apontam diretamente à sonoridade da banda de Josh. Talvez ele tenha confundido um pouco as coisas.

Alex Turner deu uma entrevista logo após o lançamento do disco dizendo que estava numa fase "Nick Cave". Pra falar a verdade, o disco é bastante anos 80 mesmo. A influência dos "senhores" do pós-punk se confirma no disco. Lá podemos achar algo de Tom Waits, Bowie, Nick Cave. Inclusive, as faixas tem nomes incríveis como "She's Thunderstorm", "The Hellcat Spangled Shalala" e "Don't Sit Down 'Cause I've Moved Your Chair". Coisa típica dos anos 80.

Bem, é isso. Com letras divertidas e algumas músicas bem características da banda, o Arctic Monkeys apresenta seu quarto trabalho. Ainda não é exatamente o que queremos deles, mas vale lembrar da frase de Casablancas. Talvez o retorno aconteça tijolo por tijolo.
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