quinta-feira, 9 de junho de 2011

Qualquer Coisa Serve

Baseado na peça Qualquer Gato Vira-Lata Tem uma Vida Sexual Mais Sadia do que a Nossa, de Juca de Oliveira, uma nova comédia romântica brazuca chega às telonas. Abusando de teorias e fórmulas do amor, abordagens que se tornaram sucesso, o diretor Tomas Portella perde uma ótima oportunidade ao deixar de lado o bom acabamento em Qualquer Gato Vira-lata (2011).

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A história segue os passos de Tati, uma jovem estudante de direito que, após tomar mais um fora de seu típico namorado troglodita e mimado (Dudu Azevedo), é seduzida pelo discurso do professor de biologia Conrado (Malvino Salvador) e entra de penetra em uma de suas palestras. O biólogo defende uma tese extremamente racional que une as conquistas amorosas dos humanos às leis da biologia. Baseado em Darwin, Conrado tenta provar conceitos antigos e machistas, normalmente adotados de forma contraditória pelas mulheres, que integram o homem no mundo animal. Revoltada, Tati tenta provar o contrário ou, no mínimo, melhorar seus próprios relacionamentos baseada na teoria do professor. Ela, então, se oferece como cobaia. Aos poucos, como era de se esperar, as pesquisas e estudos se transformam em um romance onde os envolvidos são os últimos a notar.

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Não é necessária uma grande inovação para que comédias românticas emplaquem. O gênero costuma partir de um formato simples e direto, em uma linha comum que normalmente consegue ser sucesso, sem nenhum demérito. Ainda assim, há uma nova tendência de buscar olhares diversos nesse tipo de filme e as apostas estão dando certo. Utilizando o estudos, racionalização e classificação de amores (como no sucesso Ele não está tão afim de você), a película parecia realmente promissora. O espectador chega a ficar confuso sobre qual a verdadeira intenção verossímil proposta pelo autor sobre os caminhos do coração. O filme tinha tudo para dar certo, mas escorregou.

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Um acabamento ruim, sobretudo pela direção fraca e edição meia-boca acabam comprometendo a produção. Algumas tiradas fora de tempo, piadas fracas e tentativas de dar um estilo mais realista ao longa também interferem na qualidade. Mostrando grande desinteresse no filme, a própria direção parece subestimar o gênero e dá ao mercado um produto de pouca qualidade para um público que engole sem sentir o gosto. Apesar dos erros, a obra se encontra e acerta com um tom jovial bastante atual. Há algo de apelativo no filme que ondula entre momentos, mas é bem válido. A trilha sonora mantem um bom clima e os atores também não deixam a peteca cair, ainda que sejam prejudicados pela estrutura do conjunto. Uma produção fraca, que deixa uma bela oportunidade passar, ainda assim é capaz de divertir um público sem grandes exigências.

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