quinta-feira, 21 de julho de 2011

Caricatura do Brasil

Com certeza o assalto ao Banco Central em Fortaleza foi um dos maiores e mais bem executados assaltos a banco de que já se teve notícia no Brasil. O problema é que ninguém pensou em planejar o que aconteceria depois do roubo. Foi inspirado nessa operação que surgiu neste ano o filme Assalto ao Banco Central (Brasil, 2011).

Em agosto de 2005, uma operação que envolveu mais de dez criminosos levou 164,7 milhões de reais do cofre do Banco Central na capital do Ceará, foram mais de 3 toneladas em dinheiro passadas por um túnel de 84 metros de comprimento, tudo isso sem dar um único tiro ou ativar algum alarme, entraram e saíram sem ninguém desconfiar.


O filme mostra a preparação da quadrilha e os bastidores da investigação criminal que ocorre até hoje. Podia ser um filme extremamente interessante, cheio de ação, crimes e uma pitada de análise forense pra dar um toque de CSI na produção brasileira. Mas não foi bem isso que aconteceu. A obra parece mais uma dramatização daquelas que a gente só vê no Linha Direta e a análise foi tão simples que qualquer um faria com um computadorzinho e um kit de detetive infantil.


Os personagens foram extremamente caricatos, como ocorre em muitas produções brasileiras que deveriam ser sérias mas acabam por vezes ficando um pouco cômicas, o que acabou tornando certas partes um tanto risíveis,por exemplo, o personagem do Barão(Milhelm Cortaz), mandante do assalto, tentou mas não convenceu como malvadão sanguinário. O resto dos personagens tentavam evocar traços do Brasil, como o escavador nordestino, Tatu( Gero Camilo), o bonitão pegador, Mineiro (Eriberto Leão), o ex-policial corrupto, Léo (Heitor Martinez) e a espalhafatosa mulher do bandidão, Carla (Hermila Guedes). A última é a única que se salva no quesito atuação, forçou um pouco em alguns momentos, mas no fim conseguiu segurar uma boa personagem.


Enfim, a obra não cumpriu o esperado. Tentaram ainda enfiar uma trilha sonora instrumental em alguns momentos pesados à la Pulp Fiction mas não conseguiu o mesmo resultado. O filme por fim foi uma decepção, visto que o assalto real nos proporcionou história muito mais interessante. É leve e fácil de esquecer. Uma pena, era uma chance para o Brasil entrar nessa vertente de ação policial que é sempre um sucesso quando vindo de terras estrangeiras.



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