terça-feira, 12 de julho de 2011

Retrospectiva Harry Potter, parte 4/4

Esse texto está sendo republicado como parte da Retrospectiva Harry Potter e cobre o filme: Harry Potter e as Relíquias da Morte, parte 1. Para continuar, clique em "ler completo". Para ler os outros textos da retrospectiva, clique AQUI. Para ver o texto original, clique AQUI.


Magia É Poder

Harry James Potter nasceu, como nas melhores fantasias, de um devaneio. Uma inspiração súbita inundou Joanne Kathleen Rowling em um trem lotado e, desenhada quase que por magia, a saga mais importante da história da literatura infanto-juvenil tomou forma. A jornada, levada para as telas após o sucesso estrondoso de vendas, transformou-se no maior fenômeno pop dos nossos tempos. A primeira metade do sétimo capítulo da série justifica seu frisson antecipado e chega aos cinemas para encerrar um ciclo. Harry Potter e As Relíquias da Morte – Parte I (EUA, 2010) é uma obra-prima da aventura.


Harry Potter está, pela primeira vez, fora dos domínios de Hogwarts. E esse é, sem dúvida, o grande salto narrativo da série. A unidade de lugar, presente nos seis primeiros capítulos, dá espaço a um dinamismo inédito – o amadurecimento inevitável de Harry só poderia ser possível no mundo exterior aos portões protegidos por Dumbledore e a Ordem da Fênix. Mesmo que, dada a atual conjuntura, Hogwarts não seja tão segura quanto nos anos anteriores.


O trio Daniel Radcliffe (Harry), Rupert Grint (Rony) e Emma Watson (Hermione) encontrou, finalmente, o tom ideal para seus personagens. Rupert, mais uma vez, destaca-se, dessa vez aliando intensa carga dramática à já usual ironia característica de Rony. A fotografia e a direção funcionam como uma continuação estética do filme anterior, e, portanto, não apresentam maiores novidades. Mas a trilha sonora, destaque supremo dessa vez, acrescenta (e muito) para a construção do terror necessário para a trama. Os temas de John Williams agora dão lugar a uma música intensa e, porque não, assustadora.


Parece perceptível a intenção de compreender que, assim como seus próprios personagens, o fã de Harry Potter, enfim, cresceu. A intensificação do suspense e do terror não parece nem de perto corresponder à fantasia ingênua dos primeiros capítulos. A cinessérie aproxima-se do fim com a (quase) certeza de eternidade. Para os fãs, já ansiosos para a estreia da segunda parte, na próxima sexta-feira, fica a impressão de que, infelizmente, só nos resta aceitar a condição de órfãos da primeira grande fantasia das nossas vidas.
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