Não, eu não vou fazer nenhum tipo de texto nostálgico pra lembrar dos grandes momentos dela. Também não vou contar sua história de vida. Eu vou falar sobre Rock, sobre fama, sobre loucura, sobre drogas.
Foi aos 27 anos. A gente já sabe da maldita maldição que levou embora nossos heróis. Hendrix, Morrison, Janis, Kurt, e agora Amy. Uma coincidência escrota que mostra o limite da auto-destruição.Todos eles. Artistas loucos e perdidos com tendências suicidas. Hendrix se sabotou, Morrison também, Janis foi enterrada viva, Kurt 'acabou com essa porra de uma vez por todas' e agora, Amy se sabota também. Segue o exemplo. Mais uma pra lista.
Amy tinha um cabelo estranho, era coberta de tatuagens, cantava letras melancólicas e se afogava em bebidas e drogas de todos os tipos. Chegava trêbada no palco, regugitava algumas poucas palavras e ia embora. Os fãs rosnavam, gritavam, chingavam. E por isso gostavam mais ainda dela. A decadência de Amy era glamurosa, era estilosa. Decandence avec Elegance, diria Lobão. Estilo é a resposta para tudo, diria Bukowski. Dito e feito.
Há algo extremamente romântico em um popstar decadênte e suicida. Kurt Cobain vestindo uma langerie e saindo de quatro do palco no Hollywood Rock. Jim Morrinson sendo preso em plena apresentação do Doors. As surubas do Hendrix. As montanhas de cocaína de Keith Richards. Os porres históricos de Amy Winehouse. Todos nós assistimos a morte lenta de Amy há anos. Notícia após notícia, semana após semana. Só o que faltava era a data marcada no calendário.
Agora, nos resta a piada que saiu numa revista inglesa: "They tried to make her go to rehab, but she said no". Cruel, porém verdadeira. O que nos resta agora? Rezar pelo fim da loucura que paira o mundo do rock é o mesmo que rezar pelo fim do próprio rock? Estamos fadados a ver nossos grandes ídolos se suicidarem lentamente? Alguém liga pro Pete Doherty, pro Mickey Rourke, pra Britney, pro Frusciante...
É isso. Tudo tem um fim. Inclusive, nos pega de surpresa, as vezes.
Chegou a hora de dizer Adeus pra você, Amy.