quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Mais Um Homem-Lobo

O que faz um filme ser considerado um clássico? Artisticamente, um clássico é uma espécie de padrão estético que busca uma pureza formal e, exatamente por isso, é reproduzido ou citado indefinidamente. Sendo assim, um filme clássico seria uma espécie de molde, uma base para ser copiada ou modificada. Desse modo, por quê refazer um clássico? A História do Cinema nos mostra uma imensidão de remakes muito bem feitos, e inesperadamente mal recebidos. Mesmo assim decidiram refilmar O Lobisomem, clássico de 1941 com o icônico Lon Chaney Jr., protagonista dos melhores filmes de terror da História, e dirigido por George Waggner.

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Dessa vez é Benicio Del Toro que dá vida ao perturbado Lawrence Talbot, um ator famoso que depois de muitos anos sem ver sua família retorna à pequena cidade inglesa onde nasceu, Blackmoor, para ajudar nas buscas pelo irmão desaparecido. Ao chegar, descobre uma vários homens da região vêm sendo “abatidos” por uma suposta criatura selvagem, e promete à (ex)cunhada (Emily Blunt) que irá investigar o caso. Nesse ponto já dá pra sacar onde tudo vai dar né? Ele é mordido pelo monstro, se apaixona pela moça, é caçado por um oficial da Scotland Yard (Hugo Weaving), internado num hospício pelo pai maluco (Anthony Hopkins), foge, caça, mata, se arrepende, tenta salvar a mocinha… não necessariamente nessa ordem.

ANTHONY HOPKINS stars as Sir John Talbot in the action-horror inspired by the classic Universal film that launched a legacy of horror, "The Wolfman".

Apesar da atuação excepcional de Del Toro, que chega a lembrar Lon Chaney Jr em vários momentos, é natural que Anthony Hopkins, veterano em papéis insanos, roube para ele toda a atenção nas cenas em que aparece. Hugo Weaving, Emily Blunt e Geraldine Chaplin (que interpreta uma cigana misteriosa) também merecem elogios, assim como a maquiagem e os efeitos especiais quase bem feitos.

Inspired by the classic Universal film that launched a legacy of horror, "The Wolfman" brings the myth of a cursed man back to its iconic origins.

Mas mesmo com tantos pontos a favor, a nova versão de “O Lobisomem” (The Wolfman, no original) tem vários momentos incômodos, não explora bem os principais clichês do gênero e acaba deixando a desejar em quesitos como a fotografia, que se destaca em apenas 2 ou 3 sequências. Não ache estranho se o filme conseguir arrancar algumas gargalhadas da plateia.

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