Entra em cartaz na próxima sexta-feira o filme "O Mensageiro" (The Messenger, 2009), de Oren Moverman. O trailer e os cartazes nos mostram soldados e bases militares, mas não se deixe enganar: não é mais um filme de guerra.
A história se concentra na vida de Will Montgomery (Ben Foster), um herói da guerra no Iraque condecorado por salvar seus colegas. Quando volta aos EUA, para tratamento médico, é convocado para a "missão mais importante do exército americano": dizer aos parentes dos soldados mortos a última coisa que eles querem ouvir. Para isso, ele conta com a companhia do comandante Tony Stone (Woody Harrelson), um pseudo-veterano alcoólatra e frustrado por nunca ter participado de uma batalha real.
A impressão mais forte que o filme nos passa é a de que todos os elementos foram muito bem pensados, tanto nos aspectos técnicos quanto nos artísticos, que se misturam com harmonia. A iluminação e a fotografia acompanham os sentimentos das personagens, quase todos muito bem interpretados (quase, simplesmente porque Jena Malone, que dá vida a Kelly, está ligeiramente insossa). A trilha sonora, ou a falta dela na maior parte do filme, ajudam a criar o clima correto e a montagem quase imperceptível, bem à moda clássica, mantém a trama no ritmo certo.
O filme não mostra nenhuma cena de guerra, nenhum tiro em combate, sequer em uma lembrança ou flash back, e isso é o grande mérito do filme. No lugar desse tipo de batalha, são valorizados os conflitos humanos das mais diversas naturezas, dos problemas amorosos aos traumas do pós-guerra.

