O novo filme de Kathryn Bigelow, diretora de K-19: The Widowmaker e O Peso da Água chegou às telonas brasileiras em meio a uma curiosa polêmica: diversas salas se recusaram a exibir “Guerra Ao Terror” porque o filme já estava disponível através do Pay Per View de algumas operadoras de TV por assinatura.

Mas então vieram os prêmios, cercados de outra curiosidade, ao menos para os mais fofoqueiros: a despretensiosa produção, que custou apenas 11 milhões de dólares, parece ter sido a única capaz de competir com Avatar, que custou 237 milhões de dólares. Tá bem, mas isso acontece, o que tem de curioso? Só o fato de Bigelow ser ex-mulher de James Cameron, diretor de Avatar. Mas chega de mexerico e vamos ao filme, certo?

O filme acompanha o trabalho de uma unidade de EOD (desarmamento de explosivos comuns, na sigla em inglês) do exército americano que está a serviço no Iraque. O estopim, com o perdão do trocadilho, que inicia a trama é a morte do Sargento Matt Thompsom (Guy Pearce) durante uma operação, e sua consequente substituição pelo Sargento William James (Jeremy Renner) como coordenador da unidade, da qual também fazem parte o Sargento J.T. Sanborn (Anthony Mackie) e o Especialista Owen Eldridge (Brian Geragthy). Ralph Fiennes, David Morse e Evangeline Lily também compõem o elenco, que merece muitos elogios.

Enquanto os seguimos em suas missões podemos ver não só a dor que aquelas batalhas causam na população local, como também o lado humano dos soldados que são impelidos a lutar pela famosa motivação patriótica estadunidense. The Hurt Locker (título original) é sim um filme de guerra. Mas não é só mais um filme de guerra. É trabalhado com delicadeza no limite entre a suavidade e a realidade, sem nos chocar com batalhas sangrentas e pedaços de corpos todo o tempo, mas sem esconder de nós o que acontece durante um conflito desse tipo. Fotografia, trilha sonora e edição se unem ao excelente trabalho de direção e nos dão um filme raro. Acho que só mesmo uma mulher seria capaz de chegar a esse resultado.

