Algumas pessoas preferem gastar duas horas para contar uma história de trinta minutos; umas conseguem e outras não. Não se preocupe, nada vai dar certo (Brasil, 2011) se enquadra no segundo grupo. O filme de Hugo Carvana não cria vínculo com o público e mais parece um filme de família alheia, daqueles que você assiste pensando no que vai cozinhar para o jantar de terça-feira. É um desperdício do talento dos atores.
Estanislau Velasco (Gregório Duvivier) diz preferir os aplausos ao dinheiro. “Ator cigano”, viaja pelo interior do Brasil, apresentando o seu stand-up comedy na companhia de seu pai, o também ator Ramon (Tarcísio Meira). Os dois tem uma relação, pouco explorada pelo filme, de desaprovação. Embora critique as atitudes do pai, Estanislau – ou melhor, Lalau – logo percebe que está impregnado por suas ideologias. “Logo percebe” foi usado mesmo por hábito; a história se detém por tempo demais em preliminares meia-boca.
Estanislau Velasco (Gregório Duvivier) diz preferir os aplausos ao dinheiro. “Ator cigano”, viaja pelo interior do Brasil, apresentando o seu stand-up comedy na companhia de seu pai, o também ator Ramon (Tarcísio Meira). Os dois tem uma relação, pouco explorada pelo filme, de desaprovação. Embora critique as atitudes do pai, Estanislau – ou melhor, Lalau – logo percebe que está impregnado por suas ideologias. “Logo percebe” foi usado mesmo por hábito; a história se detém por tempo demais em preliminares meia-boca.
Durante uma de suas apresentações, Lalau conhece a relações públicas de uma empresa (Flávia Alessandra), que lhe faz uma proposta irrecusável. Ele fingiria ser um guru famoso durante duas semanas numa palestra em troca de quinhentos mil dólares. Fazendo jus à sua origem, Lalau aceita a proposta e dá início à primeira “cagada” da sua vida. O rapaz se envolve numa enrascada, e quem o salva é o próprio pai, com os conhecimentos que adquiriu enquanto interpretava papéis como um advogado.
As cenas de Gregório Duvivier como guru até rendem umas risadas, mas por puro mérito do ator. As piadinhas são muitas, mas insuficientes para levantar a narrativa. Alguns cortes deveriam ter sido feitos sem pena alguma, com destaque para a cena mais inexplicável de todas: o agradecimento final dos atores num palco de teatro. Nem a temática do filme a justifica, e só serve para distanciar o espectador ainda mais; ela faz o público comum se sentir um intruso assistindo a um filme feito só para amigos. Mas a maior graça do filme está mesmo no nome. Para quem já comprou o ingresso, não se preocupe: nada vai dar certo. Talvez você nem note certa personagem com voz de dublagem mal feita.
