quarta-feira, 3 de agosto de 2011

La La La-La La-La

Eles têm o tamanho de três maçãs empilhadas, são azuis e vivem pacificamente numa sociedade organizada. Se Gargamel não existisse, o filme não passaria do “era uma vez”. Mesmo assim, ele só não é mais fofo que a Hello Kitty. Sim, o assunto aqui é Smurfs (USA, 2011), e tudo isso já poderia ser esperado. Mas não faria mal a ninguém maquiar um pouquinho o clichê “e agora, crianças, a moral da história”.




Se o plano de dominar o mundo já parecia pretencioso demais para o rato branco de laboratório Cérebro, imagine para o desastrado e falível Gargamel. Tudo seriam flores e cogumelos na vila dos smurfs, não fosse o “terrível” vilão querendo capturá-los o tempo todo. Para se tornar o feiticeiro mais poderoso do mundo, ele precisa extrair essência azul suficiente para produzir bastante poção mágica. Sua maior dificuldade, no entanto, está na fonte da tal essência azul: os fofos, porém unidos, smurfs.


Enquanto fogem de Gargamel, seis deles acabam caindo num portal mágico e vão parar no Central Park, seguidos pelo vilão. Aí tem início mais um clichê, dessa vez para ensinar às crianças a exigir que os pais não as troque pelo trabalho: Em Nova York, o grupo conhece o publicitário Patrick Winslow (Neil Patrick Harris) num momento decisivo para a sua carreira, fazendo-o escolher posteriormente entre o trabalho e a família – cá entre nós, o final disso só poderia ser óbvio.


O filme é, basicamente, uma forma de ensinar às crianças que “a união faz a força”, mas sem a infeliz piadinha do açúcar. Aliás, talvez a piada nem ficasse tão aleatória se inserida numa das falas do filme. Embora algumas partes sejam muito boas, como a cena em que os smurfs se camuflam na frente de uma propaganda do Blue Man Group, muitas delas nos fazem lembrar que o diretor, Raja Gosnell, também dirigiu Scooby-Doo e Vovó Zona.


Mas o trabalho de computação gráfica merece muitos créditos. Todos os personagens são muito bem feitos, com destaque para o gato-comparsa do Gargamel, cujas expressões são hilárias. Os atores também estão bem em seus papeis: Hank Azaria merece créditos por seu vilão caricato, e já era de se esperar que Jayma Mays não decepcionasse como a fofa esposa grávida do publicitário – bastaram mínimas mudanças em sua personagem do seriado Glee. Para rir um pouco mais, assista ao filme legendado e preste atenção numa certa piada da cantora Katy Perry. Sim, ela dubla a Smurfette.


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