quinta-feira, 26 de julho de 2012

As mulheres de Luc

Na terra exótica da Birmânia (Burma para alguns) existe uma das ditaduras mais opressoras da atualidade. Além da Liberdade (“The Lady”, França/Reino Unido, 2011) conta a história de uma mulher que se opôs a esse regime a assim ganhou o Prêmio Nobel da Paz por isso. Embora esse pareça mais um filme educativo sobre um mártir, o diretor Luc Besson sabe contar essa história de uma maneira interessante, que não fica insuportável até quase o final.



Um filme desses é fácil de imaginar na mão do Ang Lee, mas dessa vez é hora do francês ocidentalizado Luc Besson mostrar a sua pegada em uma terra oriental. Uma tarefa que ele consegue suceder com êxito. Não só mostrando as belezas do lugar, mas seu maior mérito é fazer uma narrativa bonita. A esfera política e o melodrama andam de mão dada na maior parte do tempo. E em alguns momentos, como quando Aung San Suu Kyi atravessa a barreira de soldados armados, ele consegue transformar em algo poético.

Infelizmente, o filme comete alguns vacilos. A trama se reveza entre a Birmânia onde Aung San Suu Kyi é mantida isolada do resto do mundo e Londres onde o seu marido e o resto da sua família reside. As duas unidades de ação são complementares, e quase nunca interferem uma na outra, só que mais pro final a história do marido perde a força. Assim, ela vira somente um alívio melodramático para a trama política. Isso evidencia ela como muleta, e pior, acaba atrasando o filme. Mas o maior defeito do filme é cair na tola necessidade de mostrar tudo que aconteceu e ficar longo demais.

Por fim, Além da Liberdade é um filme bonito, comovente, longo. É realmente uma pena que ele tenha levado a sua fórmula até a exaustão. Mas a promessa de ouvir Sade no final do filme, e de conhecer mais sobre uma ditadura em um país que você não sabia que existia podem ser o suficiente para aguentar os momentos tediosos.



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