
E hoje
terminamos nosso Ciclo Finlândia/Aki Kaurismäki. Damos um ‘Até Breve’ para esse
país e este grande cineasta com uma das principais obras do cinema do Leste
Europau: O Homem Sem Passado (“Mies
vailla menneisyyttä”, 2002).
Uma amiga
sempre disse: “Escrevo melhor quando a tristeza toma conta de mim”. Desde então
essa frase ecoa em meus pensamentos. Hoje, não estou feliz. E me vejo a
refletir sobre essa frase. Eu devo concordar pela razão, mas não é assim que
acontece comigo realmente. O sorriso me empolga e a lágrima me dá vontade de
parar, simplesmente ignorar o que deveria se tornar palavra. - Bem, melhor ir direto para o filme e pular essa desculpa velada.
Também
parte da trilogia “Finlândia” do cineasta, sendo a segunda parte dela – antes do Luzes no Crepúsculo. O filme acompanha a história de um homem (Markku Peltola) que ao
chegar à Helsinki é violentado fisicamente tantas vezes que desenvolve amnésia.
Incapaz de se lembrar de absolutamente nada, nem mesmo o seu próprio nome, ele
não consegue emprego e muito menos um lugar para morar.
Um filme
mais do que sobre desemprego. Falamos sobre reconstruir a vida. Rastejar pelos
cantos rumo a desfilar pelos centros... E se você pudesse esquecer o passado e
viver tudo novamente? Eu repetiria erros para amadurecer e cometeria os mesmo
acertos para lembrar o que é ser feliz. Amaria a mesma pessoa, mesmo que ela me
rejeitasse outra vez. Porque não é ser masoquista, é fazer tudo para viver
aquilo tudo outra vez, com chances de melhorar e de poder sentir tudo de novo, mais intenso.
Uma película como essa nos reserva um pouco de tristeza, felicidade e esperança. Tudo ao
mesmo tempo, como um milkshake agridoce e talvez com um pouco de álcool... E ai,
vamos tomar juntos? - Vejo vocês no Ciclo Rússia.