quarta-feira, 4 de julho de 2012

Grandes Poderes, Grandes Responsabilidades. (Ou não.)



Um estúdio que tem sob seu poder, com exclusividade, os direitos de adaptação cinematográfica de um personagem tão querido como o Homem-Aranha, tem também uma grande responsabilidade para com os seus fãs. Porém depois de uma trilogia, digamos, medíocre, nada como um novo começo na saga do nosso querido herói de roupa apertada capuz. É justamente ignorando os três filmes dirigidos por Sam Raimi que a Sony Pictures trás às telonas O Espetacular Homem-Aranha ("The Amazing Spider Man", EUA, 2012). E pelo menos em uma coisa eles acertaram: no adjetivo do título.


Renegando aquela personalidade irritantemente loser do Peter Parker anterior, somos apresentados a um jovem nerd bem parecido com o que assistíamos na TV há alguns anos, e a escolha do protagonista não podia ter sido melhor: Andrew Garfield provou ser mais do que perfeito para o papel. Em outra semelhaça com a série animada, o par romântico da vez é a maravilhosa simpática Gwen Stacy (Emma Stone), que havia sido solenemente ignorada nos filmes anteriores. (Se serve de consolo, a tal Mary-Jane Watson sequer é mencionada.)


O filme se permite gastar algum tempo construindo o personagem Peter Parker e sua relação com o mundo antes que ele seja picado pela famosa aranha genéticamente modificada. A estrutura narrativa dessa primeira parte da história é tão bem construída que passamos quase uma hora de filme sem sentir a menor falta do herói que nos levou até o cinema! Em compensação, basta Peter passar a ter noção de seus novos poderes que a ação vem com tudo e não para até as luzes da sala serem acesas.


Se você é fã de Glee, talvez goste mais dos filmes antigos. Francamente, o único motivo pra não preferir essa nova tentativa é gostar mais de nerds magrelos e inseguros do que heróis engraçados e bonitões. O filme é (quase) todo bom: a estrutura narrativa do roteiro é excelente, (quase) todas as atuações são ótimas e os efeitos visuais impecáveis. Pra encerar, a explicação desses "quases": A trilha sonora é um pouco incômoda, porque além de repetitiva, deixa aquela impressão de "já ouvi isso em algum lugar". A Tia May (Sally Field) parece estar sempre com dor de estômago ou cólica, exibindo uma cara de sofrimento digna de Regina Duarte em novela das 8. E, pra terminar, não esperem aquela famosa frase de Tio Ben (Martin Sheen). Ele quase fala, mas fica no quase.

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