
Na próxima sexta-feira entra em cartaz aquele que provavelmente é o filme mais aguardado do ano, ou dos últimos quatro anos. Finalmente chega a nós o último capítulo da trilogia épica de Christopher Nolan para a história de um dos heróis mais amados de todos os tempos. Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge ("The Dark Knight Rises", EUA/Inglaterra, 2012) é um filme que pode vir a inspirar belas análises no futuro, mas cujo efeito imediato é justamente o oposto: nos deixar sem palavras.
A trama não se inicia do mesmo ponto em que deixamos Gotham em "O Cavaleiro das Trevas", mas oito anos após os eventos causados pelo Coringa(interpretado pelo falecido Heath Ledger). Apesar de sua insanidade e de seus crimes, foi criada uma memória distorcida em torno da morte de Harvey Dent (Aaron Eckhart) para que seus projetos de lei fossem aplicados. O Batman (Christian Bale) assumiu a culpa por seu assassinato e, consequentemente, passou a ser perseguido pela polícia, sendo obrigado a desaparecer. Sem seu alter-ego, Bruce Wayne se tornou um recluso, inspirando várias lendas acerca dos motivos do fim de sua vida social.
Mas como nada poderia ser perfeito (até porque não teríamos filme, não é mesmo?), a aparente calmaria faz com que a população e as autoridades de Gotham se acomodem, abrindo espaço para um personagem ainda pior do que todos os que tínhamos visto: Bane (Tom Hardy). É a partir de suas ameaças que Wayne decide atender ao pedido de seu amigo hospitalizado Gordon (Gary Oldman), contrariar Alfred (Michael Cane), e tirar sua capa preta do baú para lutar ao lado de seus novos aliados, o policial Blake (Joseph Gordon-Levitt) e a ladra Selina Klyne (Anne Hathaway).
O filme chega a ser um disparate no quesito técnico, mas mesmo assim tem alguns detalhes do roteiro que causam alguns questinamentos: a estrutura é mais parecida com a de "Batman Begins" do que com a de "O Cavaleiro das Trevas", o que torna a história um pouco didática demais para um último capítulo, mas não chega a ser nada que incomodade de verdade. O excelente elenco também só faz somar pontos, mesmo faltando um tantinho de sensualidade na Mulher-Gato de Hathaway.
Não dá pra falar muito sobre o filme sem contar mais da história, e apesar de filmes bons causarem aquela vontade de contar pra todo mundo como tudo é tão legal, os filmes muito bons nos fazem querer que nossos amigos descubram isso sozinhos, de preferência se estivermos revendo com eles (vos escreve aquele que saiu da sessão de imprensa e foi direto para a bilhereria comprar um ingresso para assistir novamente). Fica apenas o pedido para que vocês também não contem os segredinhos do filme para os amiguinhos que forem assistir depois.
E como esse texto já ficou grande demais, vou terminar por aqui, assim, abruptamente, com uma coisideração final e um conselho:
- O que eu queria mesmo era saber como a galera que fez aqueles quatro filmes do homem-morcego entre 1989 e 1997 se sente ao assistir a trilogia épica de Christopher Nolan.
- Quando você for comprar seu ingresso, não hesite em escolher o melhor cinema da sua cidade, mesmo que ele seja um pouco distante de você (ou seja, no Rio e em São Paulo não deixe de assitir em IMAX). Batman e Nolan merecem isso.
A nota? Dez, é claro, por falta de nota maior nesse site.

Não deixe de ler também o texto de Bruno Lacerda para "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge", que será publicado amanhã, aqui no LixeiraDourada.