sábado, 14 de julho de 2012

Franks & Marias



O Ciclo Finlândia vem com uma novidade. Os quatro textos serão filmes de um mesmo diretor: Aki Kaurismäki, um brilhante e curioso homem nascido em 1957 na cidade Orimattila. A primeira 'crítica,' sobre Luzes no Crepúsculo, abriu caminho para essa série de textos/filmes novos de alma antiga. Uma breve análise sobre algumas obras desse gênio, um flerte e uma boa intenção de compreender mais o cinema fabuloso e fora de época de Kaurismäki.


Calamari Union (“Calamari Union”, 1984) é o segundo longa metragem do diretor, roteirista e produtor finlandês. O filme tem uma proposta avant-gard e seu tema é alegórico. A história de dezesseis homens chamados Frank e um único chamado Pekka. Coletivamente, nenhum deles está feliz com a situação de sua cidade, Helsink (A capital da Finlândia está para Kaurismäki assim como Madri está para Almodóvar). Após se reunirem para discutir os problemas, eles se mudam para outro lugar, Eira, na busca de um espaço livre de problemas e onde possam viver com dignidade.


Desventuras ironicamente em série mostram que por mais que pareçam diferentes por fora, todo lugar é igual. A tão temida e famigerada rotina nos ataca em qualquer canto. Se ficamos parados, ela nos pega. Seria preciso estar em constante movimento para fugir dela, porém no final... isso também não viraria rotina? Nossos personagens percebem tarde demais que dela e da morte não se corre.


A humanidade está fadada a destinos praticamente selados e luta contra isso desde o inicio de sua existência. Sejam Franks na Finlândia, ou Marias no Brasil. Gostaríamos de ter super poderes para refazer tudo e conseguirmos novas e melhores vidas, mas sempre seremos os mesmos. Essa é a mensagem do filme. Lutar é quase inútil, nunca fugimos de nós mesmos. E por pior e mais pessimista que possa parecer, eu terminei o filme com vontade de mudar, nem que seja a posição da minha cama.
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